Notícias

Prevenção de problemas oculares começa na gravidez

09 ago 2006 às 18:39

A causa mais comum para o aparecimento da catarata é mesmo a senilidade, ou seja, o envelhecimento, mas existem crianças que já nascem com a doença. Mães que durante a gravidez, especialmente no primeiro trimestre de gestação, tiveram rubéola, toxoplasmose, infecções intrauterinas, citomegalovírus e sífilis podem passar a infecção para o feto e a criança pode nascer com problemas oftalmológicos, como a catarata. "O diagnóstico acurado e precoce é a chave para evitar complicações irreversíveis", afirma o oftalmologista Virgilio Centurion, diretor-clínico do IMO, Instituto de Moléstias Oculares (IMO) de São Paulo.

Mundialmente, a catarata congênita tem uma incidência de 1 caso para cada 250 neonatos. Nos Estados Unidos, epidemiologistas estudaram a prevalência da catarata congênita, chegando a um resultado de 3 a 4,5 casos por 10.000 nascidos vivos. No Brasil, esse tipo de catarata é uma das causas mais freqüentes de cegueira na infância, respondendo por uma incidência de 5,5 a 12%. "Por ser uma causa comprovada de cegueira infantil e por requerer diagnóstico precoce e tratamento cirúrgico imediato, a catarata congênita merece a atenção dos profissionais de saúde envolvidos no momento do nascimento do bebê", diz Centurion.


O principal sintoma da catarata congênita, bem como o de qualquer tipo de catarata, é a perda progressiva da acuidade visual podendo chegar à cegueira total, devida a evolução de uma membrana opaca que cobre o cristalino (opacificação). Entretanto, as conseqüências da doença nas crianças são mais complexas, caso a doença não seja tratada precocemente. "A principal alteração na visão infantil é a ambliopia, uma lesão irreversível decorrente da não-maturação sensorial das vias ópticas por falta de estímulo luminoso adequado. Outro sintoma que pode ocorrer pelo inadequado estímulo luminoso é o nistagmo, movimento oscilatório e/ou rotatório do globo ocular", alerta o médico.


Para diagnosticar corretamente a catarata congênita é essencial que se faça um histórico da doença materna durante a gravidez (toxoplasmose, rubéola, sífilis e citomegalovirose), uso de drogas durante a gestação e história familiar de catarata. Feito isso, inicia-se o exame da criança que deve consistir na realização de exames oftalmológicos básicoe e complementares. "É necessário uma junção de esforços de neonatologistas e oftalmologistas para que seja feita a triagem correta desses pacientes, visto que, na maioria das vezes, o diagnóstico da catarata congênita é feito tarde demais", diz o oftalmologista.


Tratamento - O tratamento da catarata congênita deve ser o mais precoce possível e dependerá de diversos fatores como a localização e intensidade da opacificação; grau de deficiência visual ocasionado; alterações oculares associadas e a idade da criança. oftalmologista Juan Caballero, que também integra o corpo clínico do IMO.


Nos casos de catarata total ou parcial com baixa acuidade visual, a cirurgia deve ser realizada o mais cedo possível (no máximo, antes de 12 semanas de vida). "O tratamento dentro do menor tempo possível evita a instalação de ambliopia irreversível", oftalmologista Juan Caballero, que também integra o corpo clínico do IMO.


Em algumas crianças, a acuidade visual obtida após a cirurgia é baixa, sendo necessária, ainda, a instituição de medidas de suporte e reabilitação, como estimulação visual precoce e uso de óculos durante a fase escolar.

(Com informações da AC do IMO)


Continue lendo