A Secretaria Estadual da Saúde, em parceria com a ONG NHR Brasil, reúne até esta sexta-feira (19), em Curitiba, cerca de 50 profissionais de 11 regionais de saúde para a terceira fase da Oficina de Reabilitação Física da Hanseníase. Serão feitas 17 cirurgias, só nesta semana, como parte do mutirão anunciado em agosto e marca a retomada das cirurgias reabilitativas no Paraná.
Participam da oficina 12 médicos ortopedistas, hansenologistas e generalistas, e 18 terapeutas que estarão habilitados a atender pacientes em suas cidades de atuação e ampliar o atendimento a pessoas que tiveram hanseníase e, apesar de curadas, apresentam sequelas.
O médico ortopedista Elifaz de Freitas Cabral, de Rondônia, a dermatologista e hansenologista, Maria Kátia Gomes, do Rio de Janeiro, e o fisioterapeuta Silvio Cesar Leite Parente, do Distrito Federal, atenderão 17 pacientes para demonstrar as técnicas usadas no tratamento, que inclui a cirurgia de descompressão dos nervos, transferência de tendões ou tratamento de feridas crônicas.
"Nosso objetivo é dar visão interdisciplinar ao tratamento da hanseníase, envolvendo profissionais de várias áreas para, além da cura, devolver qualidade de vida ao paciente", disse o médico Elifaz Cabral. Desde 1998, Cabral é monitor do Ministério da Saúde e trabalha na área de prevenção e reabilitação da hanseníase, ministrando cursos em todo País. Como ortopedista, é referência para as capacitações dos médicos nas cirurgias de descompressão dos nervos e transferência de tendões, necessárias para os pacientes que desenvolveram deformidades ou incapacidades por causa da doença.
Fila – Desde maio deste ano, já foram realizadas 32 cirurgias da hanseníase no Centro Hospitalar de Reabilitação, em Curitiba. Todo processo envolvendo o pré e o pós-operatório pode ser realizado nos municípios de residência do paciente. Ao todo, o Paraná tem 122 candidatos a esse tipo de cirurgia. Semanalmente, o Centro Hospitalar de Reabilitação realiza a triagem desses pacientes, avaliando se realmente há a necessidade de cirurgia, ou se é possível tratar apenas com sessões de fisioterapia.
O superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, disse que a retomada das cirurgias reabilitativas da hanseníase colocou o Paraná no protagonismo de enfrentamento da doença no país, reconhecido pela ONG nacional Morhan, Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase.
"Não basta oferecer o tratamento para a cura da doença, temos que atuar de forma preventiva, fazendo o diagnóstico precoce e evitando que os pacientes desenvolvam atrofias e incapacidades. Para aqueles que já têm sequelas, a prioridade é viabilizar as cirurgias que irão devolver qualidade de vida a essas pessoas", disse o superintendente.
Para o diretor do Centro Hospitalar de Reabilitação, Antônio Paulo Malmann, além de atender a demanda reprimida das cirurgias da hanseníase, o hospital tem conseguido ampliar a capacitação de seus profissionais num processo de educação permanente. Com a oficina realizada nesta semana, o Paraná ganha também mais uma equipe especializada em cirurgias reabilitativas.
Os profissionais que participaram da terceira fase da oficina são da 1ª Regional de Saúde (Paranaguá), 2ª RS (Metropolitana de Curitiba), 5ª RS (Guarapuava), 7ª RS (Pato Branco), 8ª RS (Francisco Beltrão), 9ª RS (Foz do Iguaçu), 10ª RS (Cascavel), 14ª RS (Paranavaí), 17ª RS (Londrina), 18ª RS (Cornélio Procópio) e 20ª RS (Toledo).