O Paraná tem 25 casos confirmados de zika, segundo boletim epidemiológico atualizado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Destes, 11 são importados e três autóctones, isto é, foram contraídos no próprio município do paciente. Duas situações foram verificadas em Colorado (Noroeste) e uma em Londrina (Norte). As outras 11 ainda estão em investigação, para determinar a origem, e por isso não constam da tabela divulgada pela Sesa.
Até então, a secretaria só havia confirmado dois casos de zika. Conforme já adiantado na semana passada pelo chefe da pasta, Michele Caputo Neto, o aumento no número é resultado de uma nova metodologia utilizada desde o início de fevereiro pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), que faz o diagnóstico simultâneo dos três vírus transmitidos pelo Aedes aegypti – também da dengue e da chikungunya. A tecnologia ampliou a capacidade de análise do Lacen de 60 para 1,4 mil testes semanais. De acordo com a Sesa, até ontem foram realizados 980 exames, das três doenças.
"A partir da confirmação dos novos casos de zika no Paraná, o Estado amplia a investigação para determinar se há registros de infecção em gestantes, qual a procedência dessas pessoas e se há necessidade de monitoramento pelas equipes de saúde", explicou em nota a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide Oliveira. Não há, por enquanto, relatos de microcefalia associada ao vírus. Os mesmos testes também possibilitaram a ampliação na quantidade de confirmações de chikungunya, de dez para 11 neste período. Apenas um deles é autóctone – foi contraído no município de Mandaguari, na região de Maringá (Norte).
Em relação à dengue, o número de situações subiu 39,55%, de 3.444 para 4.806, sendo 586 importadas de outras localidades. Em 182 municípios já foram detectados casos da doença. A incidência no Estado é de 37,80 por 100 mil habitantes, considerada baixa pelo Ministério da Saúde (MS). Há, contudo, 14 cidades em epidemia (incidência maior que 300 por 100 mil habitantes), três a mais do que no boletim anterior.
Os municípios de Santa Terezinha de Itaipu, Tapira e Rolândia entraram na lista. Já Rancho Alegre, Munhoz de Mello, Assaí, Paranaguá, Santo Antônio do Paraíso, Cambará, Santa Isabel do Ivaí, Itambaracá, Nova Aliança do Ivaí, Mamborê e Guaraci seguem como epidêmicos. Paranaguá (931), Foz do Iguaçu (657) e Londrina (441), por sua vez, lideram o ranking de notificações.
MORTES
Também ontem, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) confirmou a primeira morte por dengue na cidade no ano. Trata-se de um caso importado. Segundo a prefeitura, Luiz Flauzino Gomes, de 65 anos, era natural da capital paranaense, mas tinha viajado ao Paraguai, local com alta incidência da doença neste momento. De acordo com a assessoria de imprensa da SMS, ele foi internado no Hospital São Vicente, em Curitiba, no dia 4 de fevereiro. No entanto, a dengue evoluiu para a forma hemorrágica e Gomes acabou indo a óbito na madrugada de anteontem.
Na sexta-feira passada, a gestão municipal confirmou a identificação do primeiro caso de zika vírus, referente a uma mulher que viajou para o Rio de Janeiro e foi atendida num serviço de saúde da Regional Matriz. Segundo a secretaria, a paciente não está grávida e apresenta boa recuperação. A Sesa informou que o atual período epidemiológico totaliza seis mortes por dengue no Paraná. As demais aconteceram em Paranaguá (quatro) e Foz do Iguaçu (uma). Outros nove casos ainda estão em investigação.