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Paraná reforça estrutura de atendimento aos autistas

17 jun 2018 às 09:55

No Dia do Orgulho Autista, comemorado na segunda-feira (18), a Secretaria de Estado de Saúde ressalta a importância de intensificar as estruturas de apoio para pessoas autistas. Como parte das ações, será lançado em 26 de junho, em Curitiba, o Programa de Atenção ao Autismo para apoiar as pessoas diagnosticadas com o transtorno e suas famílias.


"O Estado está ampliando as ações de suporte às pessoas diagnosticadas com autismo e as suas famílias, em parceria com instituições e grupos de apoio à causa", destaca o secretário de Estado da Saúde, Antônio Carlos Nardi.


No início deste ano, a Secretaria da Saúde lançou o Cadastro da Pessoa com Transtorno de Espectro do Autismo (TEA). A ficha pode ser preenchida por qualquer pessoa e permite fazer um perfil das pessoas com TEA no Paraná, bem como identificar e conhecer a realidade deste público.


"As informações levantadas nortearão as ações de atenção desta população. Por isso, é muito importante a colaboração de todos quanto ao preenchimento e divulgação do cadastro", explica o superintendente de Atenção à Saúde, Juliano Gevaerd.


Acesse oformulário para o cadastro da Pessoa com Transtorno de Espectro do Autismo


CUIDADO – "Eu só descobri que meu filho era autista quando minha melhor amiga me contou. Ela tem dois filhos que também têm o transtorno e percebeu os sinais no Cauã. Desde então, ela tem sido meu anjo da guarda", comenta Pâmela Oms.


Cauã tem cinco anos e desde pequeno faz terapia de análise do comportamento aplicada - uma técnica específica que envolve acompanhamento fonoaudiológico e terapêutico para pessoas com transtorno de autismo.


Pâmela lembra que foi uma mudança radical quando recebeu o diagnóstico. "Virei uma outra mãe. Busquei lugares que fossem apropriados e tinham a estrutura necessária para acolher meu filho, realizamos acompanhamento terapêutico e exames", lembra. Ela explica que no início foi muito complicado, pois existe muito preconceito gerado pela falta de informações. "Meu filho era excluído, recebia tratamento diferente das outras pessoas que conhecia", diz a mãe.


Para Pâmela, o apoio do Governo na divulgação de programas de assistência às pessoas com o transtorno é essencial. "Quanto mais se falar sobre o autismo, mais informação vai ter. E quanto mais informação, melhor. É muito importante divulgar e mostrar que ter um autista na família não é o fim do mundo e que existe toda uma rede de apoio e conforto para cuidar deles", finaliza Pâmela.


ESTRUTURA - No Paraná, as crianças diagnosticadas com autismo são atendidas por uma equipe multiprofissional, de forma integral, pelo Sistema Único de Saúde. Em 2017, foram 950 mil atendimentos de reabilitação no Estado, 63 mil deles a crianças.


Atualmente, existem 247 estabelecimentos de saúde que prestam serviço a pessoas com autismo. Eles estão distribuídos nas 22 Regionais de Saúde do Estado em Centros de Especialidades, Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e Centros de Reabilitação. Estes estabelecimentos realizaram, de janeiro a dezembro de 2017, mais de 1 milhão de atendimentos. Em relação ao autismo infantil, no mesmo período, 131 serviços fizeram cerca de 140 mil atendimentos.


Em abril deste ano, a governadora Cida Borghetti reafirmou o compromisso do Estado em desenvolver políticas públicas e promover a inclusão de pessoas autistas na sociedade. Em reunião com instituições não governamentais e grupos de apoio à causa, foram apresentados projetos para capacitação de profissionais e famílias, tratamento da síndrome na fase adulta, proteção dos direitos e qualidade de vida para o autista e familiares, educação e residência assistida.


AUTISMO – O Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurológico caracterizado pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos, afetando o desenvolvimento da comunicação e da socialização.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, 2 milhões delas no Brasil. A síndrome é mais comum em crianças: uma em cada 88 apresenta sintomas, com prevalência cinco vezes maior em meninos.


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