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Os riscos das dietas restritivas e do 'efeito sanfona' para a saúde

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
03 ago 2022 às 19:20

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- Tim Mossholder/Pexels
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Se alimentar bem depende de escolhas. Mas escolher dietas restritivas não parece fazer bem, porque não funcionam em longo prazo e podem até boicotar o projeto nutricional pretendido. Estudos científicos na área têm indicado que a maioria das pessoas que optam pela restrição alimentar como método de emagrecimento acaba voltando a ganhar peso.


Além disso, viver ciclos repetitivos de dietas pode até prejudicar a saúde, tornando o corpo disfuncional. Uma das consequências prejudiciais dessa prática é o efeito sanfona, quando a perda e o ganho de peso acontecem repetidamente. A cada novo ciclo de dieta, será mais difícil perder o mesmo peso da primeira vez, e assim por diante.  

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De acordo com a nutricionista Jamile Caroso, professora do curso de Nutrição da Faculdade São Luís de França (FSLF), a causa do efeito sanfona está nas dietas restritivas. “Uma mudança brusca na alimentação é difícil de sustentar a longo prazo, então as pessoas que utilizam essa estratégia tendem a entrar nesse ciclo de engordar e emagrecer”, explicou. Ainda segundo ela, esse processo traz prejuízos metabólicos, pois no período de “restrição” nosso cérebro entende que precisa “poupar” energia e aí cria mecanismos para armazenar mais gordura. 

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As dietas restritivas têm um impacto muito negativo na relação com a comida, podendo causar distúrbios neuroendócrinos e alterações intestinais. “Além disso, também há prejuízos no comportamento alimentar. O fato de restringir algum alimento ou fonte de nutrientes, como cortar carboidratos, por exemplo, pode fazer com que o indivíduo desenvolva uma obsessão/um desejo aumentado por comer esses alimentos ricos em carboidratos, como consequência da restrição”, destacou a profissional.

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Pessoas que costumam “viver de dieta” alteram o seu funcionamento fisiológico, tornando o corpo cada vez mais cansado pelo estresse de passar fome. Além do impacto negativo ao organismo, as dietas também pioram as sensações e a forma de se relacionar com os alimentos, dando espaço para os sentimentos de vergonha e culpa. Em algumas pessoas, há até a sensação de nojo, pela simples ingestão de determinados alimentos. A comida vira inimiga, ao invés de um deleite.

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Nutrição sem dietas

Para sair desse ciclo, Caroso alerta que a primeira é evitar dietas restritivas, pois toda mudança tem maior efetividade quando realizada de forma gradual. “Crie uma boa relação com a alimentação e com seu corpo. A alimentação não se trata apenas de nutrientes, envolve socialização, simbolismo, cultura etc. Por isso, esteja em paz com a comida. Fique atento à forma como se alimenta. Isso é tão importante quanto o que se come. Pratique o comer com atenção, sem distrações como o uso de eletrônicos, por exemplo. Dessa forma é possível ouvir o seu corpo e perceber os sinais de fome e saciedade, que levará ao consumo dos alimentos com mais moderação”, considera ela.

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Muitos nutricionistas preferem adotar uma abordagem não prescritiva em seus consultórios, atendendo seus pacientes de forma diferenciada. Isso, no entanto, não significa ausência de regras para decidir o que comer, mas sim se alimentar bem a partir de boas escolhas, que consideram não apenas as calorias contidas, mas também os aspectos subjetivos e emocionais de cada pessoa. 

Com a nutrição não prescritiva, é possível parar de sofrer no momento de se alimentar e torná-la aliada na decisão de viver de modo mais saudável. Os profissionais promovem a autonomia e auto responsabilidade do paciente, para que ele mesmo decida o que deve ou não comer. O objetivo dessa abordagem não é perda rápida de peso, ou mudanças drásticas no que se come, mas sim alcançar resultados positivos e duradouros.

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