A diretora da Organização Pan-Americana de Saúde, Carissa Etienne, afirmou ontem que a entidade precisa multiplicar por 10 seu investimento no combate ao zika vírus no continente e chegar a US$ 8,5 milhões. Ela participou nesta quarta-feira, 3, da reunião com ministros de Saúde que estiveram em Montevidéu para trocar informações e experiências sobre como enfrentar a doença transmitida pelo Aedes aegypti.
Carissa salientou que os testes de diagnóstico ainda não são precisos para diferenciar as doenças transmitidas pelo mesmo mosquito: dengue, febre chikungunya e zika. O ministério da Saúde brasileiro, Marcelo Castro, disse que um teste distribuído em um mês fará esse diagnóstico.
A diretora alertou que a fumigação à qual alguns países estão recorrendo é eficaz apenas contra o mosquito adulto. "É ótimo para as fotos, mas o efeito prático é muito discutível", resumiu. A ministra da Saúde da Venezuela, onde o método é usado, esclareceu que o processo só é usado quando há uma denúncia de infestação. "Não saímos por aí fumigando todo o país", disse Luisana Melo.
A reunião de emergência entre 12 ministros latino-americanos terminou com a aprovação de 16 medidas ou orientações. Além de trabalho em grupo controlado por uma comissão, o documento propõe "buscar mais recursos", "trocar experiências sobre bebês com microcefalia" e "negociar compras conjuntas de medicamentos de alto custo".