A OMS (Organização Mundial da Saúde) aprovou nesta terça (1º) a vacina Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e fabricada também no Brasil, pelo Instituto Butantan. O fármaco foi incluído na lista de uso emergencial (EUL) da entidade, o que permite que seja distribuída pelo consórcio Covax -que distribui imunizantes para mais de 100 países no mundo.
A autorização da Coronavac pela OMS também abre caminho para que brasileiros vacinados com ela tenham seu acesso facilitado à União Europeia, quando o bloco abrir suas fronteiras para viajantes que partem do Brasil.
Pelas recomendações da UE, os países podem dispensar testes e quarentenas de quem tenha tomado as doses regulamentares de um imunizante aprovado pela OMS -mas o bloco restringe países onde a pandemia de coronavírus está fora de controle ou onde há variantes mais contagiosas.
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A inclusão de uma vacina na EUL significa que ela teve sua qualidade, segurança e eficácia verificadas. Com base nas evidências disponíveis, a OMS recomenda a Coronavac para adultos de 18 anos ou mais, em um esquema de duas doses com espaçamento de duas a quatro semanas.
Segundo a organização, os estudos mostraram que a vacina preveniu doenças sintomáticas em 51% dos imunizados e preveniu Covid-19-19 grave e hospitalização em 100% da população estudada.
Embora a porcentagem de maiores de 60 anos nos ensaios clínicos tenha sido pequena, a OMS diz que os dados coletados durante as campanhas de vacinação em vários países mostram que seu efeito protetor nos mais idosos é semelhante ao obtido entre os mais jovens.
Em experimento realizado em Serrana, no interior paulista, com mais de 95% das pessoas vacinadas, as mortes provocadas por Covid-19 caíram 95%.
Por usar a tecnologia de vírus inativado, o produto em requisitos de armazenamento simples, o que o torna particularmente adequado para países com menos recursos, afirmou a OMS. A entidade também autorizou para uso de emergência as vaicnas da Pfizer/BioNTech, Astrazeneca, Janssen, Moderna e Sinopharm.
Nesta terça, a OMS fez também um apelo pelo investimento de US$ 50 bilhões (R$ 258 bi) no aumento da capacidade de produção de imunizantes no mundo.
Segundo a entidade, em pronunciamento conjunto com o FMI (Fundo Monetário Internacional), o Banco Mundial e a OMC (Organização Mundial do Comércio), isso aceleraria o final da pandemia, acelerando a retomada econômica.
A declaração conjunta baseia-se em uma análise recente da equipe do FMI, que estima em US$ 50 bilhões o capital necessário para aumentar fabricação, fornecimento, fluxos de comércio e entrega de diagnósticos, oxigênio, tratamentos, suprimentos médicos e vacinas.
"Isso acabará com a pandemia mais rapidamente no mundo em desenvolvimento, reduzirá infecções e perdas de vidas, acelerará a recuperação econômica e gerará cerca de US$ 9 trilhões (R$ 46 tri) em produção global adicional até 2025", disseram as entidades.