As mortes relacionadas ao tabagismo devem aumentar de 6 milhões para 8 milhões por ano em 2030, de acordo com estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos publicado nesta terça-feira, 10. Mais de 80% das mortes devem ocorrer em países de baixa e média renda, onde vivem a maioria dos fumantes.
O estudo defende que políticas antitabagismo, como taxação e aumento do preço do cigarro, podem gerar "economia significante" para os governos em saúde e produtividade. Segundo os especialistas, o tabaco é a maior causa evitável de morte no mundo, sendo responsável pelos casos de câncer e doenças do coração.
Segundo o estudo, o tabagismo custa à economia global mais de U$ 1 trilhão por ano em gastos com saúde e perda de produtividade. O custo estimado supera amplamente as receitas globais com os impostos sobre o fumo que, segundo a OMS, foram de cerca de US$ 269 bilhões em 2013 e 2014.
Atualmente, 6 milhões de pessoas morrem por ano no mundo em função do cigarro. Hoje, 1,1 bilhão de pessoas com mais de 15 anos são fumantes e 226 milhões vivem em situação de pobreza.
"A indústria do tabaco produz e vende produtos que matam milhões de pessoas prematuramente, retira recursos das famílias que poderiam ser usados para comida e educação e impõe um imenso custo de saúde às famílias, comunidades e países", disse Oleg Chestnov, diretor da OMS.
O relatório divulgado nesta terça-feira cita um estudo de 2016 que afirma que se os países criassem taxas para aumentar em US$ 0,80 o preço do maço do cigarro, a receita com a venda poderia aumentar em 47%, cerca de US$ 140 bilhões. O aumento poderia levar a uma diminuição de 9% dos fumantes no mundo - cerca de 66 milhões de pessoas.