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Ministro da Saúde compara máscaras a preservativos ao criticar uso obrigatório

09 out 2021 às 18:05

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga criticou nesta sexta (8) a obrigatoriedade no uso das máscaras para combater a transmissão do novo coronavírus. Em evento no Piauí, Queiroga, que é médico, afirmou considerar ineficazes as leis que obrigam o uso do equipamentos de proteção.


"Tem que acabar com essa narrativa. O nosso problema não é máscara. A gente tem é que desmascarar determinadas pessoas aí, que ficam com narrativas que não se sustentam", disse o ministro.


Em seguida, para justificar o seu ponto de vista, Queiroga fez uma comparação do uso de máscara com o de preservativos.


"Preservativos diminuem doenças sexualmente transmissíveis, mas vou fazer uma lei para obrigar as pessoas a usá-los? Imagina."


Não é a primeira vez que o ministro se diz contrário à obrigatoriedade do uso das máscaras. Durante entrevista em agosto ao Terça Livre, canal bolsonarista investigado por disseminar fake news, ele afirmou não concordar com a legislação que obriga o uso da proteção.


"O Brasil tem muitas leis e as pessoas, infelizmente, não observam. O uso de máscaras tem de ser um ato de conscientização."


Especialistas, no entanto, afirmam que a obrigatoriedade do uso das máscaras é essencial para conter a transmissão do coronavírus. Uma pesquisa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA expôs 139 pessoas a dois cabeleireiros infectados pela coronavírus. Todas os participantes da pesquisa usaram máscara. Como resultado, nenhuma delas contraiu o vírus.


Apesar dos benefícios do uso da máscara, o governo Bolsonaro tenta desestimular o uso da peça. Em junho, o mandatário disse que Queiroga preparava um parecer para desobrigar o uso de máscara por quem já foi vacinado contra a Covid ou quem já se infectou com o vírus.


No entanto, mesmo pessoas vacinadas ou que já tenham sido infectadas podem transmitir o Sars-CoV-2.
Além de criticar a obrigatoriedade no uso de máscaras, Bolsonaro também já investiu contra as medidas de isolamento social. Em maio, ele acionou o Supremo para derrubar as medidas restritivas adotadas no Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraná. O ministro Barroso, porém, negou o pedido, argumentando que os estados e munícipios têm a prerrogativa para adotar as determinações.

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