Após 14 meses de pandemia, o Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira (12) uma campanha sobre medidas de prevenção contra a Covid. A pasta também anunciou a médica infectologista Luana Araújo como a nova titular de uma secretaria criada para enfrentamento à doença.
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a nova área deve concentrar as ações de controle da epidemia no país.
Formada em medicina pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Araújo tem residência em infectologia pela mesma instituição e é pós-graduada em epidemiologia pela Universidade John Hopkins.
Em discurso, ela prestou solidariedade a familiares de falecidos pela Covid e disse que pretende adotar ações com base em evidências científicas. "Minha experiência hoje é trabalhar com preparo e resposta de sistemas de saúde ao redor do mundo em relação a pandemias, e isso foi o que me trouxe hoje para essa posição", afirmou.
Nos últimos dias, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a anunciar em eventos o nome da atual coordenadora do Programa Nacinal de Imunizações, Francieli Fontana, como a nova secretária da área.
Segundo membros da Saúde, no entanto, Fontana decidiu recentemente continuar à frente da coordenação, o que levou à busca por um novo nome para o cargo.
No evento, a pasta também lançou uma nova campanha de prevenção da Covid, com o mote "O cuidado é de cada um, o benefício é de todos". A ideia da pasta é veicular materiais sobre vacinação e cuidados recomendados contra a Covid, por meio do personagem Zé Gotinha e família.
Um banner que aponta as principais medidas de prevenção, como uso de máscara, distanciamento e necessidade de manter lugares ventilados, foi colocado no site do Ministério da Saúde.
No evento, Queiroga e outros ministros também aproveitaram para fazer acenos ao presidente Jair Bolsonaro e defender ações do governo, alvo de questionamentos de membros da CPI da Covid pelo atraso em adotar medidas no enfrentamento à pandemia e insistência em medicamentos sem eficácia para a doença, como a cloroquina.
Segundo Queiroga, o convite a Araújo "atende uma recomendação do presidente de ocupar postos com técnicos qualificados". Em outra tentativa de rebater críticas, Queiroga disse ainda que o presidente "sempre teve compromisso com a saúde e economia" e que a Saúde sempre foi a "melhor referência para dados" sobre a pandemia e outras doenças.
Em 2020, no entanto, a retirada de parte dos dados da Covid de página da Saúde levou veículos de imprensa a criarem um consórcio para manter a divulgação dos números.
A defesa do presidente também foi repetida pelo ministro da Cidadania, João Roma, que afirmou que o governo busca "cooperação" e que o momento "não é de queda de braço".