A espera da pequena Isabelly Vitória Pardim de Deus Melo, de um ano e quatro meses, está prestes a terminar. De acordo com a Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), o marca-passo diafragmático que permitirá à menina respirar normalmente deverá chegar ao estado entre o final de janeiro e o início de fevereiro. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (21).
Na última quinta-feira (15), a juíza Maria Lúcia de Paula Espíndola, da 2ª Vara de Infância e Juventude de Curitiba, havia expedido um despacho ordenando a entrega do aparelho à família da criança em 48 horas. A decisão foi suspensa com uma liminar protocolada pelo governo estadual, que alegou ser impossível cumprir o prazo pelo fato de o equipamento não estar disponível no Brasil - precisaria ser importado dos Estados Unidos.
Assim que o marca-passo chegar a Curitiba, ele poderá ser implantado no diafragma de Isabelly. Atualmente internada no Hospital das Clínicas da capital, a menina respira com a ajuda de aparelhos.
Relembre o caso
Isabelly nasceu em Rolândia com uma lesão em um dos pulmões que a impede de respirar normalmente, precisando continuamente da ajuda de aparelhos ou então da implantação do marca-passo em seu diafragma. Em dezembro de 2013, a criança foi internada no Hospital Infantil de Londrina com uma doença grave que impossibilitava a produção de anticorpos e mecanismos de defesa contra outras patologias. Em junho de 2014, a família conseguiu uma decisão judicial para transferi-la ao Hospital das Clínicas de Curitiba (HC), onde recebeu a medula da mãe e apresentou uma considerável recuperação. Isabelly segue internada no HC da capital - por isso o processo passou à Justiça de Curitiba.
Em novembro passado, a 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina já havia determinado, por meio de liminar, a compra do marca-passo diafragmático pelo Governo do Estado. O prazo venceu no dia 12 de dezembro, sem ser cumprido pelo poder público.
O equipamento custa cerca de R$ 500 mil e é utilizado por mais de 3 mil pessoas em todo o mundo. Na literatura médica, existe o caso de sua implantação com sucesso em um bebê de apenas nove meses, informa a petição do advogado da família. No entanto, em dezembro de 2014, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) entregou o aparelho a outra criança alegando que Isabelly ainda não apresentava condições clínicas para passar pela cirurgia de implantação do marca-passo.