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Médico chama atenção sobre transmissão da sífilis de gestante para bebê

Flávia Albuquerque - Agência Brasil
22 out 2023 às 12:00
- Rovena Rosa/Agência Brasil
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O terceiro sábado de outubro é instituído como o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita, data para conscientizar a população sobre os riscos da doença, os métodos de prevenção, além de incentivar a participação de profissionais e administradores de sistemas de saúde em iniciativas que contribuam com a disseminação de informação. 


O destaque de 2023 é a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da sífilis nas gestantes no período pré-natal, nas mulheres e homens.

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Causada pela bactéria Treponema pallidum, a doença pode ter várias manifestações clínicas e diferentes estágios - sífilis primária, secundária, latente e terciária. No primário e secundário, a possibilidade de transmissão é maior. Pode ser transmitida por relação sexual sem preservativo com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto.  

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Na sífilis primária, o sinal é uma ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria que pode ser no pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele, que aparece de 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias e é chamada de cancro duro. Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, mas pode estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. A ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.

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Na secundária, os sintomas surgem entre 6 semanas e 6 meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. São lesões ricas em bactérias. Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo. As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão de cura.


Na fase assintomática, os sinais e sintomas não aparecem e a doença está dividida entre latente recente (até 1 ano de infecção) e latente tardia (mais de 1 ano de infecção). A duração desse estágio é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

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Já a terciária pode surgir de 1 a 40 anos após o início da infecção, com principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.


Conforme dados do Ministério da Saúde, de janeiro a junho de 2022 o Brasil registrou 122 mil novos casos de sífilis. No período, foram identificados 79,5 mil casos de sífilis adquirida, 31 mil casos em gestantes e 12 mil ocorrências de sífilis congênita, que é transmitida da mãe para o bebê.

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De 2016 a 2021, a elevação dos casos foi considerável. Enquanto em 2016 foram registrados 91.506 casos, com taxa de detecção de 44,6 para cada 1.000 habitantes, em 2021 foram 167.523, com taxa de detecção de 78,5 para cada 1.000. 


O número de gestantes infectadas pulou de 38.305 para 74,095, com a taxa de detecção passando de 13,4 para 27,1. 

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A sífilis congênita foi de 21.547 casos para 27.019, com a taxa de detecção aumentando de 7,5 para 9,9 para cada 1.000 habitantes.


Sífilis congênita

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Conforme o vice-presidente da Comissão de Doenças Infectocontagiosas da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), Regis Kreitchmann, é necessário atenção, já que os sintomas são parecidos com os de outras patologias e assim passar despercebidos pelas mulheres.

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Nas gestantes, a doença passa para o bebê quando a Treponema pallidum atravessa a placenta e pode resultar em perdas ou lesões fetais irreversíveis. Os impactos no feto podem ser a possibilidade de aborto ou a morte. Sem tratamento, o bebê pode nascer com sífilis congênita, exigindo internação para exames e administração de antibióticos como parte do tratamento da doença.


“A sífilis não tratada pode causar abortos de repetição, além da ocorrência de perdas fetais e neonatais repetidas. Essas perdas possuem enormes impactos sociais, econômicos e psicológicos para a mulher e a sociedade. A sífilis congênita pode ser eliminada se a mulher for diagnosticada e tratada corretamente”, destaca.


Mariana (nome fictício para preservar sua imagem) tem 23 anos e descobriu a sífilis na maternidade ao dar à luz a uma menina. Poucos dias depois do nascimento da filha, os exames detectaram que ela e a bebê estavam com a doença. O tratamento foi iniciado e, conforme ela, depois de 12 dias no hospital, o tratamento não é fácil e é doloroso, principalmente para a criança.


“Ela recebe o medicamento injetável por 10 dias. É doloroso para mim ver o sofrimento da minha filha. É incômodo, ela chora. Não é fácil, não foi fácil para mim. Passei muitas noites em claro por causa disso, fora o peso das noites em claro”, lamenta.


O conselho dela para as futuras mães é que se cuidem e façam o pré-natal regularmente. “Tem que fazer todos os exames, mas muitas não acreditam e não pensam assim. Acham que fazer mais um exame de sangue é um gasto, então não fazem porque não estão sentindo nada diferente. Eu estava bem, não sentia nada, minha bebê nasceu saudável e quando fizemos o exame tivemos a surpresa do resultado positivo”, comenta.


Para a especialista em saúde da mulher, enfermagem e obstetrícia e professora de Saúde da Mulher da Faculdade Anhanguera Karina Lopes Capi, o aumento dos casos em 2022 pode estar ligado à diminuição da notificação devido ao período da pandemia da covid-19, “mas não é possível falar em epidemia porque os dados abrangem apenas os 6 primeiros meses do ano”.


A profissional frisa que para prevenir a doença basta usar o preservativo durante as relações sexuais. Para detectar a infecção, já existem os testes rápidos disponíveis nas UBS (unidades básicas de Saúde) e caso o resultado seja positivo, o tratamento é feito com a penicilina, a depender do estágio. 


Na gestação, o tratamento envolve o uso do medicamento por via intramuscular, com o número de injeções dependendo do tempo desde o contágio, variando de uma a três doses. Além disso, o parceiro também deve ser tratado com o mesmo regime de tratamento ou, se preferir, pode optar por um antibiótico oral. É fundamental seguir o tratamento prescrito e realizar exames de sangue para confirmar a eficácia da terapia.


“É importante ressaltar que nem sempre a criança apresenta os sintomas quando nasce. Mas a partir do momento que a gente tem uma mãe que foi diagnosticada com sífilis, essa criança precisa ser muito bem acompanhada, porque os sintomas e as manifestações clínicas em geral podem surgir aí nos 3 meses. E precisamos acompanhar de perto até pelo menos os 2 anos de vida”, destaca.


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