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Londrina discute ações para portador de hanseníase

29 nov 2006 às 11:23

A Secretaria Municipal de Saúde realiza nesta quarta-feira (29) o Encontro de Implementação das Ações de Atenção a Portadores de Hanseníase. Durante o evento, que será realizado no Centro de Convenções do Hotel Sumatra, a partir das 16h, será lançado o núcleo do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), de Londrina e região.

De acordo com a secretária de Saúde, Josemari de Arruda Campos, o objetivo do encontro é apresentar e discutir as novas políticas que serão implementadas no município para eliminação da doença, que seguem as diretrizes do Plano Nacional de Eliminação da Hanseníase 2006/2010 do Ministério da Saúde.


Uma das medidas é a reorientação da assistência aos portadores da doença. Atualmente, recebem tratamento no Centro Integrado de Doenças Infecciosas (Cidi), aproximadamente 140 pessoas, sendo 120 de Londrina e 20 de outras cidades da região. A partir de 8 de janeiro do próximo ano, os pacientes serão atendidos pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar).


Outras medidas são ações de conscientização para a detecção precoce da doença. A secretária de Saúde explicou que a hanseníase é uma doença de baixa transmissibilidade, porém para que isso aconteça, é importante que ela seja detectada no estágio inicial.


Uma terceira ação é voltada para a quebra do estigma da doença e o preconceito, visto que os portadores da hanseníase, na maioria dos casos, são proscritos do convívio social.


A Secretaria Municipal de Saúde está convidando para o Encontro de Implementação das Ações de Atenção a Portadores de Hanseníase, portadores da doença, profissionais de saúde, prefeitos e secretários municipais das cidades integrantes do Cismepar; lideranças religiosas, autoridades, entre outros. O convite para a participar é aberto a qualquer interessado sobre o assunto.


Números da doença


Segundo dados da Secretaria de Saúde, Londrina registrou 68 casos da doença em 2005. Somados aos casos em tratamento, o número total proporciona um índice de prevalência de 1,6 por 10 mil. De acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice é considerado médio. Esse valor significa que a cidade apresenta possibilidade de controle da doença.


Segundo a coordenadora estadual do Programa de Eliminação da Hanseníase, Nivera Noemia Stremel, até setembro deste ano foram descobertos no Paraná 1.022 casos novos de hanseníase com taxa de detecção de 0,98 por 10 mil habitantes e 1.583 estão em tratamento, incluídos os casos novos.


Doença


A hanseníase (também conhecida como lepra ou mal de Hansen) é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae que afeta os nervos e a pele e que provoca danos severos. O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em casos de hanseníase.


A contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, mas é muito pouco provável a cada contato. A incubação, excepcionalmente longa (vários anos), explica por que a doença se desenvolve somente em indivíduos adultos. Noventa por cento (90%) da população tem resistência ao bacilo de Hansen, causador da hanseníase. O tempo de incubação após a infecção é longo, de 2 a 20 anos.

Um dos primeiros efeitos da hanseníase, devido ao acometimento dos nervos, é a supressão da sensação térmica, ou seja, a capacidade de diferenciar entre o frio e o calor no local afetado. Mais tardiamente, pode evoluir para diminuição da sensação de dor no local.


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