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Londrina apresenta aumento de mortalidade infantil

22 ago 2018 às 18:28

Londrina apresentou um aumento no índice de mortalidade infantil em 2017 em comparação aos anos anteriores, disse o Comitê Municipal de Prevenção de Mortalidade Materno-Infantil da Diretoria de Vigilância em Saúde de Londrina, nesta quarta-feira (22), em evento no auditório da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) promovido pela SMS (Secretaria Municipal de Saúde).

O objetivo principal do evento foi discutir e organizar uma ação conjunta de enfrentamento para a redução destes índices, com os serviços públicos e privados que atendem gestantes, mulheres que acabaram de dar à luz e bebês de até um ano de vida. O comitê apontou que a maior prevalência de óbitos infantis se dá na primeira semana de vida, em algumas condições maternas predominantes como infecção urinária, diabetes, hipertensão e vaginoses. Os dados demonstram também que os óbitos têm ocorrido tanto nos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde), como na rede privada.


No ano de 2017 ocorreram 77 óbitos de crianças menores de um ano, registrando um CMI (Coeficiente de Mortalidade Infantil) de 10,8 óbitos por 100 nascidos vivos. Das 77 mortes registradas, 33,6% eram considerados evitáveis. As afecções foram responsáveis por mais da metade dessas mortes (72%); seguido pelas malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas (17,1%), causas externas de morbidade e mortalidade (3,9%), doenças do aparelho respiratório (2,6%) e doenças do aparelho circulatório (1,3%).


Embora Londrina tenha um índice de mortalidade infantil considerado baixo, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois o índice está abaixo de 20 mortes por 1.000 nascidos vivos, este número é visto com preocupação pelo Município, já que o CMI de residentes de Londrina vem aumentando ano a ano.


Em 2018, de janeiro a julho, foram registrados 50 óbitos de menores de um ano de idade, com coeficiente de 12,1 mortes a cada 1.000 nascidos vivos. Os dados apontam ainda que 50% das mortes registradas neste ano são consideradas evitáveis, mais do que em 2017. Segundo o Comitê, 90% das causas potencialmente evitáveis estão relacionadas as afecções maternas na gestação (hipertensão e infecções) e ao parto (hemorragias e anóxia neonatal).


Os anos de 2014 e 2016 registraram uma média de 8,7 óbitos por 1.000 nascidos vivos, e em 2015 a média foi de 8,6/1.000, a menor média no município desde 1990, quando foi criado o Comitê de Investigação de Morte Materna.


De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, é importante enfatizar que estes óbitos estão relacionados à assistência médico-hospitalar no período de antes do parto até quando a criança completa um ano, e também à qualidade da assistência à gestante no pré-natal.


Mortalidade materna


Com relação a mortalidade materna, Londrina registrou, no último triênio, de 2013 a 2015, 46,62 óbitos a cada 100.000 nascidos vivos. Já no biênio de 2016 e 2017, foi registrada uma média de 28,34 mortes maternas a cada 100.000 nascidos vivos. De janeiro a julho deste ano, não foram registrados óbitos maternos de residentes de Londrina.


A maior taxa registrada, desde quando começou-se a analisar a morte materna na cidade, foi apontada no triênio de 1992 a 1994, quando houve uma média de 66,90 mortes para 100.000 nascidos vivos.


De acordo com o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, a taxa de mortalidade de gestantes, mães e recém-nascidos evidencia a importância de se pensar em algumas soluções para o problema. "O panorama indica um aumento no número de óbitos materno-infantis e isso nos preocupa muito. Com essa reunião esperamos chamar a atenção de unidades de saúde da rede pública, privada e filantrópicas para que, de forma compartilhada, possamos propor ações voltadas a esse público com o objetivo de reverter esse quadro", expôs.

O secretário apontou que algumas soluções devem ser levadas em consideração, no sentido de diminuir estes índices, como a atenção integral à saúde da mulher durante o pré-natal; os cuidados dos profissionais de saúde; padronizar um protocolo e seguir diretrizes ministeriais. "Precisamos voltar nossas atenções em um pré-natal bem conduzido, na assistência integral à mãe e a criança após o nascimento, para que possamos, cada vez mais, evitar estas mortes", enfatizou.


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