O diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Luiz Fernando de Oliveira Ribas, participou do lançamento do Kit Diagnóstico para Vigilância Epidemiológica do Vírus H1N1, que vai ser desenvolvido por meio de um consórcio entre o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Tecpar.
"Nós estamos alinhados com a proposta do Ministério da Saúde para implantar uma estrutura que atenda às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) e diminua as importações", disse.
A partir de agora, o país tem capacidade de produzir os reagentes biomoleculares utilizados nos laboratórios para detectar a doença e se tornar mais independente do mercado internacional. O kit será fabricado por um consórcio entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Laboratório de Biomanguinhos e do Instituto Carlos Chagas; o Instituto de Biologia Molecular do Paraná e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). O investimento do governo federal no projeto foi de R$ 3,36 milhões.
Com esta rede, o Brasil terá capacidade de produzir 80 mil testes por mês para o diagnóstico de influenza H1N1, o suficiente para atender a demanda nacional. Durante a primeira onda da pandemia, entre abril e dezembro de 2009, foram realizados 73.121 testes. Com a vacinação de mais de 82,7 milhões de pessoas até esta quarta-feira (23), expectativa é que caia o número de casos graves e mortes suspeitas pela doença.
O primeiro lote fabricado pelos laboratórios do consórcio tem 30 mil testes para detectar a doença em pacientes internados com suspeita de gripe pandêmica. Os reagentes biomoleculares servem para multiplicar o material genético do vírus (RNA viral) de modo a tornar possível sua identificação.
INOVAÇÃO – O teste brasileiro é pelo menos 55% mais barato que os importados. O material produzido em outros países custa entre R$ 100 e R$ 150, enquanto o kit nacional custa R$ 45, aproximadamente. Além disso, a tecnologia desenvolvida no País representa uma novidade e um avanço em relação ao diagnóstico fabricado no exterior. Ele apresenta característica que tornam o teste ainda mais confiável e mais rápido. O tempo de análise é reduzido pela metade, de 8h para 4h.
O kit nacional reúne em apenas um produto (que contém dois tubos) os reagentes biomoleculares utilizados para detecção do vírus. Em países como Estados Unidos, França e Alemanha – principais fornecedores mundiais de insumos para diagnóstico de H1N1 − esses materiais são vendidos separadamente e misturados pelos profissionais do laboratório. Agora, sem necessidade desse procedimento, diminuirá o risco de falha humana e desperdício na manipulação dos insumos.