O Hospital da Zona Norte (HZN) de Londrina esteve com os atendimentos restritos desde a última sexta-feira (7). A instituição, que passa por um processo de higienização, ficou sem atender casos de urgência e emergência. Siate e Samu foram orientados a encaminhar pacientes para outras unidades. O Hospital da Zona Sul (HZS) é uma delas. A instituição concentrou o recebimento de casos de média complexidade nos últimos dias.
O pronto-socorro do HZS, com capacidade para cem pessoas em tratamento, abrigava mais de 140 pacientes na tarde desta quarta-feira (12).
Eles estão internados pelos corredores do hospital e amontoados pelos leitos. O hospital está superlotado.
O Hospital da Zona Norte precisou restringir o atendimento para combater a bactéria multirresistente Nova Delhi (NDM1). Dois pacientes já morreram no HZN contaminados pelo microrganismo. Outros três continuam internados com suspeita de infecção em uma ala isolada.
Segundo a rádio CBN Londrina, o pronto-socorro do hospital foi reaberto para a população na tarde desta quarta-feira (12). De acordo com informações da 17.ª Regional de Saúde, a reabertura do HZN vai ajudar o HZS a normalizar a situação.
Vale lembrar que a superbactéria também foi descoberta no Hospital Universitário, que monitora a situação de seis casos suspeitos de contaminação.
Carta aberta
O Sindicato dos Servidores Estaduais de Saúde (SindSaúde) do Paraná divulgou uma carta aberta na terça-feira (11) comentando a situação do Hospital da Zona Norte.
No documento, o sindicato chama o Governo do Estado de "covarde" e fala em "sucateamento dos serviços públicos de saúde". A falta de funcionários, segundo o órgão, é o principal problema enfrentado pelo Hospital da Zona Norte e por outras instituições públicas de saúde do estado.
No HZN, segundo o SindSaúde, cada servidor é responsável por cuidar de dez a quinze pacientes. "(...) temos que realizar desde os cuidados básicos de higiene até os cuidados mais complexos, como sondagem, aplicações, curativos, administração de medicamentos e acompanhamento de pacientes para exames fora do hospital. Nestas condições, pacientes permanecem por longos períodos sem troca de fraldas, banhos, mudanças de decúbito, medicações e até antibióticos administrados com atraso, o que traz grande prejuízo à recuperação do mesmo", revelou.
A falta de pessoal sobrecarrega os servidores efetivos, segundo o Sindicato.