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Infecção hospitalar afeta 14% dos pacientes internados no Brasil

01 out 2019 às 09:28

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), 10% dos pacientes hospitalizados terão pelo menos uma infecção associada aos cuidados com a saúde. Entretanto, esse número sobe para 30% em pacientes internados nas UTIs( Unidades Intensivas de Tratamento) de países desenvolvidos e pode até triplicar em países em desenvolvimento.

No Brasil, a cada ano, aproximadamente 14% dos pacientes internados contraem algum tipo de IRAS (Infecção Relacionada à Assistência à Saúde). A ocorrência de IRAS, muitas vezes, está relacionada ou associada à falta de higiene adequada no ambiente hospitalar e nos procedimentos cirúrgicos, bem como à falhas na prática clínica e nos processos.


Com os dados apontados e as possíveis causas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estima que 60% das IPCS (Infecções Primárias de Corrente Sanguínea) estejam relacionadas a algum dispositivo intravascular, como os cateteres.


A gravidade do tema é evidenciada por meio do Programa Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde da Anvisa, lançado em 2016 com metas específicas a serem atingidas até 2020. No documento, a agência reconheceu as IRAS como um "grave problema de saúde pública”, pois são os eventos adversos mais frequentes associados ao sistema de saúde.


Além disso, a Anvisa reforça em seu manual de Medidas Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde de 2017 como a prática correta da antissepsia antes da realização de procedimentos invasivos, bem como a utilização de novas tecnologias disponíveis no mercado, auxiliam na redução dessa complicação.


Uma dessas tecnologias é a seringa pré-enchida comercialmente para flushing de cateteres – procedimento realizado para garantir a permeabilidade do dispositivo e evitar infecções. Estudos mostram que a utilização de seringas pré-enchidas apresentou redução de 77% nas ocorrências de infecções de corrente sanguínea associada ao cateter central comparada à seringa de preenchimento manual. Além disso, a solução inovadora demonstrou economia de 67% considerando os custos médicos diretos decorrentes do tratamento das complicações, ou seja, relacionados a diárias hospitalares, exames complementares, medicamentos e honorários médicos.


Quando o assunto é antissepsia, apesar do Brasil já ter avançado nas tecnologias utilizadas em salas cirúrgicas e na realização de técnicas assépticas, o processo ainda é complexo e não evolui há muitos anos. Tal complexidade impacta não somente o tempo de procedimento, bem como dificulta a padronização e fiscalização, afetando diretamente a eficácia esperada.


É importante apontar que os antissépticos disponíveis no mercado brasileiro não seguem os guidelines internacionais e são apresentados em forma de almotolia, ou seja, estão propensos à contaminação pelo multiuso, assim como favorecem o desperdício de produto. Hoje, no Brasil, porém, já existem tecnologias prontas prontas para uso que combinam o princípio ativo e concentração ideias para antissepsia que oferecem mais segurança para os pacientes ao reduzir os riscos de falha na prática, contribuindo com o combate às IRAS.


Para Helena Romcy, presidente da Abea (Associação Brasileira dos Enfermeiros Auditores), é essencial que os hospitais padronizem processos, principalmente protocolos recomendados pela Anvisa e Guidelines nacionais e internacionais aliados a introdução de novas tecnologias que auxiliem na redução desses números.

"A não introdução de novas tecnologias, aliada a falta de boas práticas no ambiente hospitalar, além de prejudicar o paciente, acarreta em prejuízo para o sistema de saúde devido à elevação dos custos por paciente e suas complicações”, afirma a presidente.


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