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Hospital terá que pagar R$ 3,8 mi a jovem com gigantismo

03 ago 2012 às 14:47

Uma britânica que cresceu até os 1,96m devido a um tumor não diagnosticado na glândula pituitária será indenizada em 1,2 milhão de libras (cerca de R$ 3,8 milhões) pelo NHS, o serviço público de saúde da Grã-Bretanha.

Kate Woodward, hoje com 20 anos, teve um crescimento anormal desde a infância e, aos 11 anos, já tinha chegado aos 1,75m. Ela afirmou que a altura fez com que ela sempre fosse vista como uma "aberração".


Apenas em setembro de 2005, quando ela estava com 13 anos, os médicos diagnosticaram pela primeira vez o gigantismo acromegálico, resultado do tumor na glândula pituitária e que liberou quantidades excessivas do hormônio de crescimento no corpo da britânica.


Os advogados da jovem diziam que os médicos do serviço público de saúde deixaram de detectar o tumor, apesar de constantes atendimentos à paciente entre 2001 e 2005.
Sem tratamento, a doença acabou causando problemas nas costas, joelhos e dentes de Kate, o que, segundo a britânica, arruinou os seus planos de seguir a carreira de atriz.
"Minha avaliação é de que a vida da autora da ação foi, sem dúvida, muito afetada e sempre será muito diferente do que ela esperava. Isto vai resultar em uma indenização considerável", disse o juiz do caso na Alta Corte de Londres, Stuart Baker.


Segundo Baker, Woodward, que pesa cerca de 150 quilos, não pode fazer muitas das atividades que a maioria das jovens realiza, não consegue encontrar roupas em lojas normais e ainda sofre com os comentários cruéis de terceiros sobre sua condição.


'Vida arruinada'


Woodward entrou com processo e pediu indenização pela dor e sofrimento que passou e também pelas despesas médicas e o dinheiro gasto para fazer roupas sob encomenda, pois, devido ao seu crescimento anormal, ela não consegue encontrar roupas em lojas comuns.


Em um depoimento no tribunal durante as audiências do processo, a jovem disse que tinha o desejo de ser atriz desde os 5 anos de idade e que chegou a ganhar prêmios na Academia de Música e Artes Dramáticas de Londres.


"Eu estava crescendo e, efetivamente, ficando mais feia, até o ponto em que você não pode mais se tornar uma atriz", disse.
Woodward agora quer ser roteirista, mas os problemas de saúde estão atrapalhando seus estudos na universidade.


"Ela é muito consciente em relação à altura e sente que isto a deixou marcada como uma aberração", disse o advogado de Woodward, Stephen Grimes, durante o julgamento.


A jovem começou a crescer de forma anormal a partir dos 8 anos de idade e recebeu tratamento em pelo menos dois hospitais na cidade de Leeds.


Os médicos só descobriram o tumor em 2005. Desde então, a maior parte do tumor foi removida, mas a jovem já sofria com crescimento excessivo e problemas nos ossos.
Parte do tumor não pode ser removida. Ela continua recebendo hormônios e, recentemente, teve problemas na vesícula.

Segundo Grimes, a vida de Woodward foi, de certa forma, "arruinada".
"(A vida de Woodward) não foi completamente arruinada, não na mesma categoria de uma tetraplégica com dano cerebral, mas a vida dela foi afetada de forma trágica de várias maneiras", afirmou o advogado.


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