Uma das ações possíveis em uma UTI humanizada é a extensão do tempo de acompanhamento dos familiares para os pacientes internados nas unidades de terapia intensiva. Essas unidades de atendimento nos hospitais sempre tiveram tempo determinado para visitas, por conta da gravidade dos pacientes internados e a necessidade muitas vezes de procedimentos complexos. Mas a necessidade de deixar o atendimento mais transparente, respeitando o direito da família e proporcionando benefícios ao paciente mudou as regras.
A modalidade é nova no Brasil, tem cerca de um ano, e é pioneira no Hospital Evangélico de Londrina na cidade. O projeto começou de forma experimental na UTI 1 e agora já está em vigor como procedimento. O atendimento é o mesmo, mas agora é permitida ao invés de visitas de 30 minutos à uma hora, o acompanhante pode ficar por até 12 horas.
De acordo com informações fornecidas pelo hospital, ter um acompanhante pelo período de 12h ou 24h tem permitido a redução do tempo de permanência nas UTI’s. Os eventos adversos com danos (como quedas por confusão mental aguda, privação do sono e medicamentos, muito comuns na UTIs) também reduziram em 47%. A mudança também diminui a ansiedade dos familiares, aproxima os envolvidos e traz mais segurança ao paciente e equipe médica.
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Essa permanência de familiares, nessa nova opção de tratamento, é normalmente para pacientes conscientes, com risco de eventos adversos ou agitação psicomotora. O que é avaliado pela equipe multiprofissional. Esta indicação é avaliada caso a caso.
O Ministério da Saúde criou o projeto de humanização hospitalar em 2000, mas há pouco mais de um ano ele chega as UTIs e com bons resultados, deixando de lado o estigma de local de aflição, medo, solidão e risco. A UTI é um lugar de cura, de dedicação intensiva ao paciente, e de um cuidado muito mais amplo.