A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que, por ano, a aplicacão de vacinas evita a morte de 6 milhões de pessoas. Doenças que antes eram incontroláveis agora podem ser previnidas. Algumas foram até erradicadas após grandes campanhas de imunização.
No entanto, na contra mão, cresce o número de pessoas que se recusam a tomar vacinas e até mesmo a levar seus filhos para serem imunizados. Em 2016, por exemplo, a meta de vacinação contra poliomielite, popularmente conhecida como paralisia infantil, imunizou apenas 86% da população, sendo que o recomendado pela OMS é de 95%. Vale lembrar que a pólio havia sido considerada erradicada no Brasil desde 1990.
Quando parte da população deixa de ser vacinada, criam-se grupos de pessoas sucetíveis, o que possibilita a circulação de agentes infecciosos. Tais agentes não afetam apenas as pessoas que escolheram não tomar determindas vacinas, mas também aqueles, que por diferentes motivos, não puderam ser imunizados. Ou seja, a vacinação vai além de uma escolha pessoal, é um assunto de saúde pública.
A justificativa das pessoas que aderem ao movimento antivacina são vários. Crenças religiosas, filosóficas, medo dos efeitos colaterais, pesamentos contrários a indústria da imunização e o mais preocupante: informações falsas que circulam nas redes sociais.
Na última quinta-feira (5), a prefeitura de Manaus confirmou o primeiro caso fatal do sarampo. A vítima foi um bebê de sete meses que, de acordo com o histórico médico, não havia sido vacinado.
O bebê apresentou os primeiros sintomas como febre, exantema, tosse e coriza no último dia 23 e foi internado após agravamento do quadro. Ele faleceu três dias depois.
Outro caso ainda em investigação é de uma menina de nove meses falecida no dia 23 de junho. Ela também não foi vacinada e técnicos de saúde fazem um levantamento de informações junto aos familiares para confirmar a causa da morte.
Na terça-feira (3), o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, decretou situação de emergência após a confirmação de 271 casos e 1.841 suspeitas da doença.
Outro alerta em relação à baixa cobertura vacinal foi feito na última quinta-feira (28) pela coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), Carla Domingues, durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Em encontro com representantes de estados e municípios, o Ministério da Saúde alertou que 312 municípios brasileiros estão com cobertura vacinal abaixo de 50% para a poliomielite.