Uma década depois do mapeamento do genoma humano, a genética ainda é a área mais 'quente' da pesquisa científica, apesar do lento avanço na tradução dessas descobertas em novos tratamentos médicos.
A pesquisa Science Watch, da Thomson Reuters, verificou que sete dos 13 principais pesquisadores de 2010 trabalhavam com genética. Eric Lander, do Broad Institute of Harvard e do MIT, foi apontado como o pesquisador mais "popular" do mundo.
O trabalho de Lander engloba mapeamento genético e doenças humanas, incluindo câncer de pulmão.
A pesquisa anual, divulgada na quinta-feira, observa as pesquisas de diferentes disciplinas científicas e usa o banco de dados do Web of Science para ver quais artigos publicados nos últimos dois anos são mais citados por outros cientistas.
Dez anos depois da publicação da primeira sequencia completa do genoma humano, as expectativas iniciais de um avanço rápido no combate às doenças se mostraram equivocadas.
Mas o interesse acadêmico não diminuiu e os cientistas permanecem com a esperança de que o tsunami de informações propiciadas pela genômica, ou o estudo dos sequenciamentos genéticos, terminará por produzir grandes dividendos.
Um sucesso inicial, na verdade, acabou de ocorrer na quarta-feira, com a aprovação dos EUA da droga contra o lúpus Benlysta, da Human Genome Sciences Inc's, a primeira droga derivada da genômica a obter a aprovação para ser comercializada.
Foi, no entanto, uma longa tentativa. A parceira da Human Genome no Benlysta, a GlaxoSmithKline Plc, investiu pela primeira vez na companhia de biotecnologia norte-americana em 1993.
Para algumas farmacêuticas, o progresso tem sido lento demais.
Três dos pesquisadores mais populares da última pesquisa Science Watch são da Decode Genetics, da Islândia, que avançaram no conhecimento sobre a relação entre os genes e as doenças comuns mas requereram falência em 2009, antes de ressurgirem como uma empresa privada, no ano passado (com agência Reuters).