Os trabalhadores do Centro Comunitário e do Centro de Especialidades do Bairro Novo, ambos ligados ao Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (HUEC), decidiram entrar novamente em greve por tempo indeterminado a partir das 13h de segunda-feira (21). A decisão aconteceu em assembleia realizada com a participação do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Curitiba e Região (Sindesc).
Segundo a presidente do Sindesc, Isabel Cristina Gonçalves, os vencimentos de dezembro e mais 50% do 13º salário, que deveriam ter sido quitados ontem, ainda não foram pagos. O imbróglio se arrasta desde o dia 10 de janeiro, quando os servidores cruzaram os braços pela primeira vez no ano. No dia 15, após um acordo e a sinalização de que o valor seria quitado, porém, eles voltaram ao trabalho. "Os valores relativos ao convênio com essas duas unidades ainda não foram repassados pela prefeitura. Com isso, o pagamento segue atrasado e há o temor de que os salários de janeiro também não sejam depositados", afirmou.
De acordo com ela, por conta da paralisação, apenas os casos de urgência e emergência foram mantidos. O Sindesc estima que as duas unidades estejam operando com 30% dos cerca de 120 funcionários nesta terça-feira (22).
Outro lado - Na tarde da última quinta-feira (17), a prefeitura de Curitiba informou que repassou ao hospital $ 2,54 milhões para garantir a manutenção dos serviços nas unidades conveniadas. Somado ao repasse de R$ 1,74 milhão realizado na semana anterior, o valor corresponderia à totalidade do contrato de janeiro, de R$ 4,28 milhões.
A Sociedade Evangélica Beneficente (SEB), que administra as unidades, porém, argumentou que a verba diz respeito à contratualização, sendo destinada à manutenção do atendimento do HUEC. Ainda segundo a SEB, os pagamentos dos outros dois contratos não ocorrem desde outubro de 2012, acumulando R$ 2.616.909,89. "Além destes valores, persiste em aberto o valor de R$ 414.300,09 referentes a uma competência do programa Rede Cegonha", diz trecho do documento.
A SEB informou que, tão logo sejam feitos os repasses devidos, a situação será resolvida e os atendimentos retomados. Também alegou que tem mantido contato permanente com a Secretaria Municipal de Sáude (SMS) e que aguarda uma solução urgente.
Procurada pela reportagem, a SMS ficou de se pronunciar até o fim da manhã, por meio de nota oficial. (Atualizado às 11h47)