Os pesquisadores da universidade canadense Dallhouse, em Halifax, sugerem que a maconha prejudica áreas do cérebro necessárias para dirigir com segurança.
Para esta pesquisa, publicada no site da revista British Medical Journal, eles analisaram outros nove estudos anteriores que envolveram cerca de 50 mil pessoas em vários países, envolvidas em acidentes sérios ou fatais.
Estes trabalhos anteriores haviam analisado colisões entre veículos, incluindo caminhões, carros, motos e furgões em vias públicas que envolveram o consumo de maconha. Os pesquisadores ressaltam que o impacto do consumo leve da droga em pequenos acidentes não está claro.
Maconha x Álcool
Mark Asbridge, autor do estudo e professor do departamento de saúde comunitária e epidemiologia da universidade de Dallhouse disse que "nossas conclusões jogam uma luz sobre a grande quantidade de pesquisa disponível sobre a maconha e os riscos de colisão ao volante".
"Elas ainda dão apoio às políticas existentes em vários lugares que restringem o direito de dirigir sob o efeito da maconha", completa.
Os estudos realizaram testes de sangue para detector o nível de THC, ou a substância ativa da maconha ou usaram relatos diretos de envolvidos admitindo o uso da droga.
O estudo canadense cita uma pesquisa feita no ano 2000 na Escócia entre 537 motoristas na qual 15% dos entrevistados entre 17 e 39 anos de idade admitiram ter consumido maconha até 12 horas antes de dirigir.
Já uma pesquisa feita pelo Centro de Monitoramento Europeu para Drogas e Vício em Drogas em 2008 sugeriu que entre 0,3% e 7,4% dos motoristas que realizaram testes para detectar o consumo de maconha em estradas da Grã-Bretanha, Dinamarca, Holanda, EUA e Austrália testaram positivo.
Mas os pesquisadores concluíram que, apesar do risco da maconha, este ainda seria menor do que o do álcool para os motoristas.