A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) começou nesta quarta-feira (4), no Rio de Janeiro, a distribuição de kits para o diagnóstico laboratorial do novo coronavírus (covid-19) para laboratórios centrais estaduais, que também passarão por um processo de capacitação para a realização dos testes. Atualmente, somente laboratórios de três estados – São Paulo, Pará e Goiás - realizam o diagnóstico, além da própria Fiocruz.
Os kits foram desenvolvidos no Brasil pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e pelo IBMP (Instituto de Biologia Molecular do Paraná). Já a capacitação será conduzida pelo Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo do IOC/Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz).
A produção dos kits foi iniciada esta semana, diante da identificação dos primeiros casos da doença no Brasil e já antecipando uma possível disseminação do coronavírus em território nacional. A Fiocruz tem capacidade de produzir de 25 mil a 30 mil testes por semana, e o ritmo deve atender a demanda estabelecida pelo Ministério da Saúde.
Nas próximas duas semanas, os laboratórios das regiões Norte (Amazonas, Pará e Roraima), Nordeste (Bahia, Ceará, Pernambuco e Sergipe), Sudeste (Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais), Centro-Oeste (Distrito Federal e Mato Grosso do Sul) e Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) receberão os kits e serão capacitados. A expectativa é que todos estejam preparados para realizar os testes em cerca de 20 dias.
Metodologia
A Fiocruz já havia compartilhado a metodologia de testagem do coronavírus com especialistas dos Institutos Adolfo Lutz, em São Paulo, e Evandro Chagas, no Pará, além de técnicos do Laboratório Central de Saúde Pública de Goiás.
Também foram treinados na fundação representantes de nove países da América Latina, o que se deu a partir de um pedido da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), que representa a OMS (Organização Mundial da Saúde) no continente americano.
Além de testes para coronavírus, a Fiocruz vai entregar aos laboratórios kits para identificar os vírus Influenza A e B, o que contribui para o diagnóstico diferencial, quando a confirmação de um vírus descarta a suspeita de outro.