Os exames de sangue que medem os níveis de colesterol e triglicérides sempre exigiram que 12 horas de jejum fossem feitas para a obtenção de resultados precisos. No entanto, essa exigência parece estar perto do fim.
Três entidades médicas do país - Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial e Sociedade Brasileira de Análises Clínicas - se posicionaram a favor da não obrigatoriedade desse período sem comer antes da realização do exame.
Essa decisão foi baseada em estudos recentes que foram realizados com mais de 300 mil pacientes na Universidade de Copenhague. Pesquisas constataram que as alterações de valores entre grupos de indivíduos com jejum prévio para o exame de sangue de colesterol e triglicérides comparadas àqueles que não respeitaram as 12 horas foram insignificantes.
A cardiologista Tânia Martinez, uma das líderes da reunião sobre o assunto no Brasil, também deu explicações sobre outro fator determinante que faz com que o jejum possa mais atrapalhar que ajudar.
"Quando o paciente fica muitas horas sem se alimentar, seus níveis de triglicérides caem e, se a coleta de sangue for feita quando as taxas estiverem baixas, o resultado pode mascarar o risco de lipoproteínas não metabolizadas e, devido a isso, possíveis doenças cardiovasculares. É um novo parâmetro", desvenda a profissional.
Contudo, por mais que essa flexibilização quanto ao jejum prévio tenha sido autorizada, uma exceção existirá. Ela será direcionada à todos aqueles pacientes que apresentem concentrações de triglicérides acima de 440 mg/dL ao longo do dia, sendo que o nível normal é de até 175 mg/dL.
(Com informações de Veja)