A manutenção pelo Congresso dos vetos presidenciais à Lei do Ato Médico, que regulamenta a medicina, foi criticada hoje (21) pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam). O presidente da entidade, Geraldo Ferreira, disse, em nota, que a categoria continuará a lutar por "dignidade do exercício da medicina, condições de trabalho adequadas, remuneração justa e melhor financiamento da saúde pública".
Os vetos à Lei do Ato Médico foi o assunto que mais causou tensão nos debates que se estenderam até as 22h de ontem (20). A maioria dos 458 deputados e 70 senadores que participaram da sessão decidiu acatar os vetos, inclusive o do artigo que define que apenas médicos podem fazer diagnósticos e prescrições.
"Esperávamos pela derrubada [dos vetos do Palácio do Planalto], mas a manutenção não vai enfraquecer nossa luta em defesa da profissão e de uma assistência de qualidade à população", disse Ferreira na nota.
Na avaliação do presidente da Fenam, a sociedade perde com a decisão. "As equipes são multidisciplinares e os profissionais precisam um do outro. Não pode haver equipes de trabalho sem a presença de médicos, como pretende o governo", acrescentou.
Antes da votação, na tarde de ontem (20), profissionais da área de saúde se mobilizaram no Congresso para influenciar a decisão. Com gritos de ordem, os defensores dos dois lados se opuseram no Salão Verde da Câmara dos Deputados. No gramado em frente ao Congresso Nacional foi escrita a frase "Mantenham os vetos".