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Falta de funcionários pode obrigar HU a fechar leitos em abril

17 fev 2016 às 10:13

O Hospital Universitário de Londrina corre o risco de fechar alguns leitos em abril por falta de funcionários. O deficit é de 300 servidores, segundo informações da direção do hospital repassadas à Comissão de Seguridade Social da Câmara Municipal de Londrina. Os dados não são novos, porém até agora essa falta de funcionários tem sido suprida com a contratação de terceirizados, cujos vencimentos têm sido pagos com recursos oriundos de verbas dos repasses feitos pela Prefeitura de Londrina e pelo Sistema Único de Saúde.

O presidente da comissão, o vereador Gustavo Richa (PSDB), relatou que a visita durou três horas e teve o propósito de conhecer mais de perto as condições estruturais e de recursos humanos que o hospital oferece. "Quem solicitou ajuda foi a própria superintendente do HU, Elizabeth Ursi. A visita serviu para que conhecêssemos o hospital inteiro nos mesmos moldes das visitas que realizamos nas Unidades Básicas de Saúde do município (UBS)", afirmou.
Richa destacou que o HU possui um quadro com vários extremos. "Existe uma ala de primeiro mundo, extremamente conservada, mas, ao mesmo tempo, existem alas no mesmo hospital que apresentam condições de terceiro mundo, com distorções grandes na questão estrutural", apontou. O vereador destacou ainda que a questão dos recursos humanos é a mais problemática e explicou que a comissão já se reuniu com o prefeito pedindo para que ele interceda junto ao Governo Estadual para conseguir a liberação de recursos para essas contratações.


Outro membro da comissão, a vereadora Lenir de Assis (PT), ressaltou que a situação do HU já vem sendo acompanhada há muito tempo por conta da greve dos servidores realizada no ano passado. "Novamente pudemos detectar vários setores que correm riscos de terem serviços suspensos em abril, caso o Governo do Estado não contrate uma parte dos 300 funcionários, cujas vagas estão abertas no HU", destacou. Segundo a vereadora, pelo menos 95 deveriam ser contratados imediatamente. "São pessoas que já passaram por concurso público, foram aprovadas, já levaram documentos e realizaram exames médicos. É só o Governo assinar a contratação, mas isso não acontece", criticou a vereadora.


A superintendente do HU, Elizabeth Ursi, informou que a ausência dos profissionais deve comprometer as escalas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ainda provocar o fechamento de unidades de internamentos a partir do final de março. "Estamos mantendo o funcionamento com horas extras e contratações de terceiros com pagamentos previsto até o encerramento da escala do próximo mês. Sem as contratações não será possível manter 100% do atendimento no HU, mas estamos esperançosos que as nomeações sejam realizadas pelo governo do Estado para que os servidores comecem a trabalhar no mês que vem ou, no máximo, no começo de abril", afirmou.


Segundo a assessoria da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), em agosto de 2015, o governador Beto Richa nomeou cerca de 300 professores aprovados em concursos públicos para as sete universidades estaduais do Paraná. Destes, 87 docentes para a Universidade Estadual de Londrina (UEL), responsável pelo HU. A próxima etapa será a nomeação de 635 agentes universitários para as universidades estaduais, já aprovados em concursos públicos. São 187 para a UEL incluindo os 95 aprovados para o Hospital Universitário.


DÍVIDA

Elizabeth Ursi ressaltou que o município ainda deve, aproximadamente, R$ 7 milhões pelo represamento de 10% do contrato mensal com a Autarquia Municipal de Saúde. "O recurso retido seria fundamental para investimentos em obras, manutenção e reposição de equipamentos no HU", avaliou. O secretário de Saúde, Gilberto Martin, disse que o problema começou a ocorrer entre 2011 e 2012 e que se tornou uma "dívida impagável". Segundo ele, a secretaria já trabalha com ajustes de contas com objetivo de iniciar o pagamento nos próximos meses. "Além disso, estamos negociando o teto financeiro com o Ministério da Saúde e já reforçamos o caixa dos hospitais com repasses no dia 3, o que foi importante para as entidades filantrópicas no pagamento da folha sem empréstimos", lembrou.


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