Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Entenda

Estudo aponta que antiviral reduz tempo de Covid-19 em pacientes fora de hospitais

Ana Bottallo - Folhapress
23 fev 2021 às 12:30
- Pixabay
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Uma nova pesquisa apontou a para a ação de uma droga antiviral experimental em acelerar a recuperação de pacientes não hospitalizados com Covid-19 e potencialmente diminuir a infecção comunitária, por cortar a transmissão dos contaminados para seus contatos.


Em um momento em que a vacinação já começou em mais de 70 países, mas ainda com atrasos e lacunas na disponibilidade de doses, o tratamento pode ter vantagem em diminuir a necessidade de atendimento hospitalar e, consequentemente, diminuir a carga dos sistemas de saúde.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


A droga, chamada peginterferon-lambda, é feita a partir de uma proteína produzida pelo corpo diante de uma infecção viral, da mesma classe que os interferons. A função dessa enzima é ativar alguns mecanismos celulares responsáveis por matar o vírus, que agem impedindo a replicação viral.

Leia mais:

Imagem de destaque
Cranioestenose

Bebê paraguaio nasce sem espaço para o cérebro se desenvolver e faz cirurgia em Londrina

Imagem de destaque
Srag

Casos de síndrome respiratória aguda grave aumentam em todo o país

Imagem de destaque
Leonardo Riella

Comandado por brasileiro, transplante de rim de porco a paciente vivo usou técnica ganhadora do Nobel

Imagem de destaque
Crianças e idosos

Londrina inicia vacinação contra a gripe para crianças e idosos neste sábado


Uma das principais causas de morte pelo coronavírus é a chamada tempestade de citocinas, causada por uma reação exacerbada do sistema imune que ataca o próprio organismo, e não o Sars-CoV-2. A peginterferon-lambda redireciona o sistema de defesa do corpo para atacar o vírus, e não os próprios órgãos.

Publicidade


Para verificar sua ação, os pesquisadores do Centro de Doenças do Fígado de Toronto, ligado à Universidade Health Network (UHN), conduziram um estudo clínico randomizado e duplo-cego de fase 2 com a droga, que foi administrada a 30 pacientes –outros 30 receberam placebo.


Os resultados foram publicados no início do mês na revista especializada Lancet Respiratory Medicine, do grupo The Lancet, a mais prestigiada revista científica da área médica.

Publicidade


Dentre os participantes do estudo, cinco necessitaram de atendimento hospitalar com sintomas respiratórios, dos quais quatro receberam o placebo e apenas um recebeu a droga.


Ainda de acordo com o estudo, os indivíduos que receberam uma única injeção de peginterferon-lambda tiveram quatro vezes mais chance de recuperação da Covid-19 nos sete dias seguintes, em comparação ao grupo placebo.

Publicidade


A quebra na cadeia de transmissão do vírus também foi reportada: oito em cada dez (79%) dos pacientes com alta carga viral -mais de 1 milhão de cópias do vírus por ml- se recuperaram da Covid após receber o tratamento, em comparação a dois em cada cinco (38%) daqueles que receberam o placebo.


"Os pacientes que foram tratados com o peginterferon-lambda eliminaram o vírus rapidamente, e o efeito foi mais pronunciado naqueles com alta carga viral. Nós também vimos uma tendência de melhora mais rápida dos sintomas respiratórios no grupo da intervenção", explica o especialista em doença de fígado e primeiro autor do estudo, Jordan Feld.

Publicidade


Embora seja uma droga experimental e o seu acesso seja limitado, os resultados são muito promissores pois não há, até o momento, nenhum tratamento para Covid-19 para pessoas que não necessitam de internação hospitalar, apenas drogas usadas durante o atendimento nas unidades de terapia intensiva que podem ajudar na recuperação dos pacientes.


As vacinas são a única ferramenta eficaz para proteger a doença daqueles que ainda não se contaminaram e podem desenvolver Covid-19 assintomática ou com sintomas leves a moderados. Por isso, Feld acredita que o potencial do peginterferon-lambda é alto, em um momento em que surgem novas variantes potencialmente mais infecciosas do vírus ou que possuem alguma vantagem sobre as vacinas e anticorpos monoclonais.

A equipe agora irá conduzir mais estudos para comprovar sua eficácia. A droga é também investigada simultaneamente em outros centros de pesquisa, como a Universidade de Harvard, a Johns Hopkins University e o Centro Médico da Universidade de Soroka, em Israel.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade