Representantes dos estados do Nordeste começaram a assinar nesta quinta-feira (8) um termo de compromisso com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para importar 1,1 milhão de doses da vacina Sputnik V.
O imunizante, usado contra a Covid, foi desenvolvido pelo Instituto Gamaleya, da Rússia.
A liberação dos documentos foi anunciada pelo governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias, e confirmada pela agência.
Segundo o governador, o termo indica que os estados se comprometem a cumprir as condições estabelecidas pela agência para liberação das doses.
Entre elas, estão acompanhamento por meio de estudos de efetividade e envio do produto para análise no INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde) antes da sua distribuição.
A previsão é que as primeiras doses cheguem ao país na próxima semana.
Na prática, a assinatura do termo corresponde a nova uma etapa do processo de importação excepcional da Sputnik V, cujo aval foi concedido pela agência no início de junho mediante restrições.
Em nota, a Anvisa diz que, após a assinatura do documento, estados ainda precisam cumprir algumas exigências antes da chegada da vacina ao Brasil.
Entre elas, está o envio ao INCQS de documentos e insumos necessários à realização de análises sobre a vacina, a apresentação de medidas de mitigação de risco por fabricantes e o envio de relatório final de validação sobre o processo de fabricação do insumo usado na vacina, por exemplo.
Nos últimos meses, governadores começaram a negociar acordos para obter ao menos 37 milhões de doses da vacina Sputnik V. O volume inicial liberado, porém, é menor, e corresponde a 1% da população de cada estado. A previsão foi definida para garantir o cumprimento das condições.
"Em agenda com o fundo soberano russo acertamos a entrega do primeiro lote, conforme a decisão da Anvisa, equivalente a 1% da população da região Nordeste, assim como vai ser também com a Amazônia e outros estados que celebraram o contrato para receber a vacina e Sputnik V", disse Dias, segundo quem a data específica de entrega deve ser confirmada até sexta (9).
"Essas doses vão passar por um acompanhamento da primeira e segunda dose, como está no termo", completa.
A liberação para uso, porém, não será automática. Em nota, a Anvisa reforça que, após a chegada, a vacina deve passar por avaliação e aprovação pelo INCQS, "o que permitirá comprovar a ausência de vírus replicante na vacina e assegurar seus aspectos de qualidade e segurança."
Se liberada, a vacina poderá começar a ser aplicada, o que deve ocorrer em centros de saúde específicos e com acompanhamento de estudos de efetividade, informa.