Uma pequena parte de um receptor cerebral pode ser um alvo promissor para o desenvolvimento de medicamentos mais eficientes contra o Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas. O achado acaba de ser anunciado por um grupo de cientistas da Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, em um artigo publicado na Nature Communications.
A pesquisa foi focada nos receptores cerebrais para o neurotransmissor glutamato, diretamente envolvido nessas doenças e em outras condições, como o glaucoma.
Os dois principais receptores no cérebro para o glutamato são o NMDA e o AMPA, ambos com papéis fundamentais na memória e no aprendizado humano. Os dois são compostos de quatro subunidades, sendo que dentro de cada receptor essas subunidades são organizadas em pares.
Na pesquisa, o grupo conseguiu obter uma redução expressiva na atividade do NMDA, o que levou a uma diminuição na quantidade de cálcio que entra os neurônios em resposta ao glutamato.
O excesso de cálcio, causado pelo aumento da atividade de receptores NMDA, é o que eventualmente causará a morte de neurônios, levando aos sintomas comuns que ocorrem após um AVC ou doenças neurodegenerativas.
"É a primeira vez que essa região do cérebro se mostrou útil como um alvo de drogas. Se pudermos encontrar um composto químico que se ligue a essa região e prenda as subunidades dos receptores NMDA, o resultado será muito importante na busca de alternativas de tratamentos para danos provocados por acidentes vasculares cerebrais, Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas", disse Gabriela Popescu, principal autora do estudo.
A droga Namenda, um dos medicamentos atuais que atuam no receptor NMDA, tem como alvo um local diferente dentro do receptor daquele pesquisado pelo grupo da Universidade de Buffalo.