Com o objetivo de discutir situações novas e controversas, onde ainda não há consenso para a indicação de vacinas em situações especiais, médicos de todo Brasil estarão reunidos no próximo dia 7 de agosto para a realização do evento Controvérsias em Imunizações na cidade de Curitiba, no Paraná. Os especialistas aceitaram participar do debate a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações – SBIm.
"Este é um evento anual que representa uma grande oportunidade de discutir questões extraordinárias, que implicam em tomadas de decisão visando à proteção do paciente, mas que estão além do que é determinado como padrão. A partir das conclusões dos especialistas, poderemos sugerir orientações para médicos de todo o país", afirma Renato Kfouri, presidente da SBIm Nacional.
Entre os temas controversos estão a real necessidade de uma dose de reforço da vacina febre amarela a cada 10 anos; a indicação de vacina poliomielite para adultos; a quantidade de doses recomendadas da hepatite A (se somente uma) ou da varicela (se uma ou duas doses); bem como os tabus que envolvem a vacinação para gestantes; os esquemas ideais de vacinação para prevenir a doença pneumocócica em adultos e a doença meningocócica em crianças e adolescentes.
O evento também discutirá se são possíveis esquemas reduzidos de vacinação do HPV já que o Ministério da Saúde aprovou recentemente a vacina na rede pública para meninas de 10 a 11 anos e uma eventual redução do número de doses diminuirá custos e facilitará a adesão ao programa de vacinação.
Vacina da varicela: uma ou duas doses?
A quantidade de doses necessárias para a prevenção da catapora (varicela) é um ponto polêmico que será debatido no evento pela médica Isabella Ballalai, presidente da SBIm Rio de Janeiro e da Comissão de Revisão de Calendários e Consensos da SBIm Nacional. A indicação atual é que a vacinação tenha início aos 12-15 meses de vida, para evitar a interferência de anticorpos maternos na resposta vacinal da criança. Neste caso, a segunda dose ocorre, segundo os novos calendários da Sociedade, no segundo ano de vida. É considerada protegida a criança que tenha duas doses da vacina após 1 ano de idade.
A recomendação do calendário de vacinação é que em situação de risco – por exemplo, surto de catapora ou exposição a pessoas infectadas – a primeira dose pode ser aplicada a partir de 9 meses de idade, ou seja, antecipada. Nesses casos, a aplicação de mais duas doses após a idade de 1 ano ainda será necessária. Além dessa situação, se necessário, a segunda dose também pode ser antecipada, obedecendo ao intervalo mínimo de três meses entre as doses.
"Se já está definida a importância da dose de reforço e se há recomendações de antecipar caso seja necessário, por que não recomendá-la mais precocemente?", questiona Isabella. O que motiva o debate é a possibilidade da ocorrência da doença em crianças já vacinadas com uma única dose e a comprovação de que a dose de reforço pode conferir proteção de até 100%.
HPV: prevenção sem preconceito
Sexo ainda é tabu, mas a saúde não pode pagar o preço e o risco de diversos tipos de câncer nos jovens que iniciam suas vidas sexuais cada vez mais cedo. Ainda que os pais salientem a pouca idade dos filhos, prevenir o HPV é importante. Com o anuncio do Ministério da Saúde de introduzir a vacina na rede pública, Mônica Levi, presidente da SBIm São Paulo, lembra que "quanto mais cedo ocorrer a vacinação, menor será o risco de infecção pelos vírus que causa a doença". A médica levará o assunto para o debate do Controvérsias em Imunizações, com os estudos que apontam o melhor esquema vacinal possível para garantir a prevenção.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que, por ano, o câncer de colo do útero faz 4.800 vítimas fatais e apresenta 18.430 novos casos. O instituto fez uma estimativa para 2012, quando foram previstos 17.540 casos novos desse tipo de tumor no Brasil, com um risco estimado de 17 casos a cada 100 mil mulheres. Os HPV são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas. Existem mais de 100 tipos diferentes, sendo que cerca de 40 deles podem infectar o trato ano-genital.
Serviço:
SBIm - Controvérsias em Imunizações
Data: 07/08/2013
Local: Associação Médica do Paraná – Rua Cândido Xavier, 575 – Curitiba – PR
Horário: 8h às 17h
http://www.sbim.org.br/eventos/controversias-em-imunizacoes-2013/
http://www.fernandapresteseventos.com.br/controversias_folder02.pdf