O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu nesta segunda-feira, 24, uma sindicância para apurar a denúncia de que um médico da rede pública, em Rio Claro, receitou a um bebê de 11 meses, com irritação nos olhos, um ácido usado contra verruga, em vez de colírio. A Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro e a Polícia Civil também apuram o caso.
O caso foi denunciado pela mãe, Lucilene Ribeiro de Souza, que registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil após comprar o medicamento e perceber o suposto erro antes de usar na criança.
Segundo Lucilene, no dia 17 sua filha apresentou irritação nos olhos. Na Fundação de Saúde, o médico pediatra teria dito a ela que o bebê não tinha conjuntivite e receitou um colírio. Com a receita, ela foi até uma farmácia e comprou o produto indicado: Duofilm - medicamento à base de ácido salicílico e ácido láctico, que em contato com o olho pode provocar queimaduras.
A mãe afirmou à polícia que estranhou o cheiro do produto e leu na bula que ele era indicado para verrugas. Em outra unidade de saúde, a bebê foi atendida por outra pediatra. Segundo Lucilene, a médica disse a ela que o colega pode ter confundido o nome e jogou fora a receita. Outros dois medicamentos, esses sim indicados para os olhos, têm nomes parecidos: Ecofilm e Lacrifilm.
A mãe do bebê voltou à farmácia, pediu uma cópia da receita e levou à polícia no dia seguinte. O Cremesp vai apurar a conduta do médico, que pode enfrentar um processo de conduta ética e pode até perder o registro. A pediatra que jogou a receita também será investigada.