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Congo é pior lugar do mundo para ser mãe, Brasil é 78º

07 mai 2013 às 15:22

No topo da lista de 176 países, como aquele que oferece as melhores condições para a maternidade, o estudo coloca a Finlândia, seguida por Suécia e Noruega.

A organização comparou fatores como saúde das mães, mortalidade infantil, educação e salários em 176 países.


A pesquisa diz que o dia mais crítico para a sobrevivência de uma criança é o primeiro, e cerca de 1,04 milhão delas morrem ao redor do globo todos os anos justamente neste período.


Somente a Índia é responsável por 29% das mortes anuais nas primeiras 24 horas em todo o mundo, com mais de 300 mil óbitos.


Todos os países que ficaram listados nas últimas dez posições estão na região da África subsaariana.


Nessas nações, todos os anos em média uma em cada 30 mulheres morre devido a complicações pós-gestação e uma em cada sete crianças morre antes de completar cinco anos.


Congo


Na República Democrática do Congo, a guerra e a pobreza deixam as mães desnutridas e sem apoio exatamente no momento em que precisam de mais atenção e cuidados.


Acima do país, os outros nove países no pé da lista são a Somália, Serra Leoa, Mali, Níger, República Centro-Africana, Gâmbia, Nigéria, Chade e Costa do Marfim.


A Save the Children diz que a falta de uma nutrição adequada é um dos pontos principais por trás da alta taxa de mortalidade das mães e dos bebês nessa região do continente africano e que, nesses países, entre 10% e 20% das mães estão abaixo do peso.


Em comparação, os resultados também mostram que na Finlândia o risco de uma mulher morrer durante a gestação é de uma para cada 12.200 e no quesito educacional, uma criança finlandesa passa em média 17 anos nos bancos escolares.


Suécia, Noruega, Islândia e a Holanda também figuram entre os dez melhores países para ser mãe e criar uma criança, enquanto os Estados Unidos aparecem na 30ª posição.


Brasil


O Brasil foi listado pelo estudo como parte de um grupo de 12 países em desenvolvimento que atingiram avanços nos últimos anos, incluindo ainda Peru, Egito, China, México, Laos, Bangladesh, Guatemala, Indonésia, Vietnã, Camboja e Nepal.


"Estes 12 países reduziram significativamente suas taxas de mortalidade de recém-nascidos desde 1990", diz o relatório.


De acordo com a Save the Children, desde 1990 o Brasil reduziu esta taxa em 64%, e a organização vê o país como um dos poucos que reduziram o desequilíbrio entre ricos e pobres no que tange o acesso ao sistema de saúde.


O relatório diz que o Sistema Único de Saúde (SUS), criado em 1988, foi responsável pela universalização do atendimento de saúde gratuito, incluindo áreas remotas e pobres do país.


Um indicador citado pela pesquisa para ilustrar o avanço é o atendimento médico recebido pelas mães que integram a parcela 20% mais pobre da população brasileira. Em 1996, apenas 30% eram atendidas, já em 2007 o número passou para 97%.


Quanto ao tratamento pré-natal, a taxa de mulheres com acesso a cuidados apropriados durante a gestação aumentou de 53 para 93% no mesmo intervalo de tempo.


Além disso, a organização vê avanços em saneamento básico, educação das mulheres, aleitamento materno, imunização, e transferência de renda, com programas sociais.


Mesmo assim, há uma avaliação crítica. "Apesar destes avanços, grandes desafios permanecem, incluindo o excesso de intervenções hospitalres durante o parto (com a maioria das crianças nascendo por cesárea), mortes de mães causadas por abortos ilegais, e uma alta frequência de partos prematuros", diz o estudo.


Estados Unidos e Índia


Surpreendentemente, a pesquisa revelou que os Estados Unidos têm a taxa de mortalidade infantil mais alta entre os países desenvolvidos na faixa etária dos recém-nascidos, registrando a morte de 11,3 mil bebês no mesmo dia de seu nascimento todos os anos.


Segundo a ONG, isto se deve em parte à grande população americana, assim como ao alto número de bebês nascidos diariamente no país, que tem uma das mais altas taxas de natalidade do mundo.


Já a Índia tem mais mortes de mães do que qualquer outro país, com 56 mil por ano, incluindo mortes durante o parto e a gestação.

"Na Índia, o crescimento econômico tem sido impressionante, mas os benefícios não foram divididos de forma equilibrada", diz o relatório.


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