A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta quinta-feira (27) a campanha para estimular as pessoas a fazerem o teste de HIV/aids. Cuide bem de você e de todos os que você ama é o tema da campanha, que terá material divulgado nas 8 mil paróquias de todo o Brasil a partir do próximo final de semana, e também na TV e nas rádios. O teste está disponível na rede pública de saúde; é gratuito, seguro e sigiloso.
No lançamento da campanha, em Brasília, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, ressaltou que mais de 100 mil pessoas têm o vírus HIV, mas não sabem, enquanto 720 mil têm o diagnóstico do vírus e cerca de 350 mil desenvolveram a aids. A incidência da doença entre os jovens está aumentando. O agravamento do número de casos não é só no Brasil, acontece também na Europa e nos Estados Unidos.
O ministro acentuou que o Brasil enfrenta a epidemia do HIV há 30 anos, e agora a incidência do vírus cresce principalmente no Norte e no Nordeste, em pessoas jovens. "Esses jovens não passaram por algo que a minha geração passou, de ver seus artistas morrerem de forma dramática", explicou.
O secretário executivo da Pastoral da Aids, frei José Bernardi, disse que a campanha quer sensibilizar as pessoas para a doença. "Fazer o teste é uma forma de cuidar, cuidar de si e das pessoas que amamos". As peças exploram essa ideia e acrescentam informações úteis sobre a prevenção, sobre o HIV e sobre a aids, distinguindo o vírus da doença, porque algumas pessoas têm o HIV, mas não desenvolvem a aids.
Segundo o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, é muito importante fazer o teste para começar o tratamento o quanto antes, mesmo sem sintomas, e também para barrar a transmissão da doença.
Além disso, Barbosa disse que o fato de a igreja católica encabeçar a campanha ajuda a afastar a carga negativa do teste. "A carga da insegurança, do medo, do estigma. Tudo isso são barreiras. Quando a gente tem a força moral da igreja católica a gente consegue que as pessoas se sintam acolhidas, sem medo de discriminação", ressaltou o secretário.