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Cientistas prolongam vida de camundongos em até 35%

04 fev 2016 às 15:00

Uma pesquisa realizada por cientistas da Clínica Mayo, nos EUA, mostrou que a fonte da juventude pode estar cada vez mais perto de ser desvendada. Os pesquisadores chegaram a esta conclusão após experimentos com camundongos no qual conseguiram estender a vida dos animais em até 35%.

Para isso, procuraram eliminar do corpo dos roedores as chamadas células senescentes — que não mais se dividem e se acumulam com a idade, produzindo substâncias que danificam os tecidos próximos. Assim, eles adiaram o aparecimento de diversos problemas ligados à idade, como o câncer e o declínio na função de órgãos importantes como os rins, cérebro e coração.

"A senescência celular é um mecanismo biológico que funciona como um "freio de emergência" usado por células danificadas para pararem de se dividir", explica Jan van Deursen, chefe do setor de bioquímica e biologia molecular da Clínica Mayo e autor sênior do estudo, publicado ontem na revista "Nature". "Embora a interrupção da divisão dessas células seja importante para a prevenção do câncer, há muito se teoriza que, uma vez que esse "freio de emergência" é acionado, essas células não são mais necessárias.

Até a aparência fica mais saudável

Segundo os cientistas, o sistema imunológico se encarrega regularmente de eliminar as células envelhecidas, mas, com o tempo, ele fica cada vez menos eficiente nesse trabalho. Assim, as células senescentes têm tempo para produzir compostos que prejudicam as adjacentes, causando inflamações crônicas que estão associadas à fragilidade e a doenças que aparecem com a idade.

Diante disso, os pesquisadores criaram camundongos geneticamente modificados (para envelhecerem rapidamente) cujas células senescentes, ao entrarem em contato com um composto administrado por eles, simplesmente morriam. Com a diminuição da população dessas células envelhecidas, os animais demoraram mais para desenvolver cânceres, reduziram o ritmo de deterioração de vários órgãos associado à idade, mantiveram por mais tempo atividades exploratórias e até ficaram com uma aparência mais saudável.

"As células senescentes que se acumulam com a idade são em grande parte ruins, fazendo coisas ruins aos seus órgãos e tecidos, e assim encurtam não só sua vida como o período saudável de sua vida", conta Van Deursen. "Mas como você pode eliminar essas células sem efeitos colaterais negativos, parece-me que terapias que imitem nossas descobertas, ou o modelo genético que usamos, com drogas ou outros compostos, serão úteis no combate a incapacidades, doenças e outras condições relacionadas à idade".


(com informações do site O Globo)


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