Ao longo dos tempos, a hanseníase foi cercada por mitos e preconceitos. Como tema do Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase de 2022, celebrado no último domingo do mês de janeiro (domingo, dia 30), a OMS (Organização Mundial da Saúde) estabeleceu o tema “Precisamos falar sobre hanseníase”, devido a necessidade de informação sobre a doença. O objetivo é chamar a atenção das pessoas para a enfermidade, que tem tratamento e cura, além de combater o estigma e discriminação em países endêmicos.
A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, também conhecida como bacilo de Hansen, batizada em homenagem a Gerhard Hansen, o médico e bacteriologista norueguês descobridor da causa da doença, em 1873. O bacilo se reproduz lentamente e o período médio de incubação e aparecimento dos primeiros sinais é de aproximadamente cinco anos, de acordo com informações da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).
Hoje, devido ao avanço da ciência, a enfermidade tem cura. Para a especialista Monica Okada, é importante saber como reconhecê-la, além dos procedimentos que podem ser adotados para a recuperação do enfermo.
“Apesar do contágio acontecer pelas vias respiratórias, a hanseníase tem uma evolução lenta no organismo. Por esse motivo, acaba se tornando uma doença crônica, sendo possível observar uma série de lesões em regiões como a pele e mucosas. Além disso, ocorre a atrofia de mãos e pés e uma acentuada diminuição na força muscular”, explica.
Diagnóstico e tratamento precoces
Monica explica que a detecção e o tratamento precoces são essenciais
para que o paciente evolua sem sequelas e diminuir a chance de
transmissão para outras pessoas, em especial, àquelas com quem se convive
regularmente.
“Um dos principais alertas da hanseníase é o surgimento de manchas avermelhadas, nodulações ou caroços,
ressecamento dos olhos, câimbra, formigamento e perda de sensibilidade e
diminuição da força muscular. Vale a pena lembrar que, quando os casos
não são tratados logo no momento que surgem os primeiros indícios, a
doença pode causar sequelas progressivas e permanentes”, ressalta.
No
mês de conscientização, um dos grandes desafios é informar que o
tratamento é simples e gratuito, com a integração de
serviços de saúde para seu combate.