O começo da primavera, devido à mudança climática, costuma ser uma estação de maior ocorrência de varicela, popularmente conhecida como catapora ou Herpes tipo 1. A doença é altamente contagiosa, atinge principalmente crianças entre um e seis anos de idade, tem como principais sintomas iniciais febre acima de 38 ºC e manchas avermelhadas pelo corpo. A melhor forma de prevenção é a vacinação. É o que orienta a infectologista Jaime Rocha.
O especialista explica que a vacina é indicada para crianças e adultos, e é produzida a partir de vírus enfraquecidos que causam a doença. Em crianças, a primeira dose deve ser tomada a partir dos 12 meses. Adolescentes e adultos sem comprovação de vacinação prévia devem tomar duas doses, sendo que a segunda deve ser aplicada de um a três meses depois da primeira.
Existem quatro tipos correlacionados de Herpes.
O Herpes tipo 2 é responsável pelo quadro de herpes oral, que se caracteriza por vermelhidão, ardor e pequenas bolhas preenchidas com líquido claro, comumente na região do lábio ou na parte interna da boca. Geralmente, o primeiro contato com o vírus ocorre durante a infância, através de secreções orais. Em seguida, o vírus se aloja em um neurônio e lá pode permanecer durante toda a vida do indivíduo sem causar qualquer sintoma, em um estado que chamamos de latência.
O Herpes tipo 3, por outro lado, é o principal responsável pelo quadro de herpes genital. Observamos também vermelhidão, ardor e pequenas bolhas com líquido claro na região da vulva, pênis ou ânus, ou ainda em regiões como nádegas e virilha. Em geral, o primeiro contato com o vírus ocorre na adolescência ou início da vida adulta e as lesões podem ser intensas a ponto de provocar ardor para urinar e desconforto que impede as relações sexuais. Além disso, a presença de lesões pelo Herpes tipo 2 aumenta o risco de contágio por outras doenças sexualmente transmissíveis, incluindo o HIV.
Herpes tipo 4
É ocasionada pela reativação do vírus da catapora é o herpes zoster, popularmente conhecida como cobreiro, que atinge um quarto dos indivíduos com mais de 50 anos. O infectologista descreve que, quando o indivíduo é infectado pelo vírus varicela zoster (VZV), mesmo depois das lesões terem se resolvido, ele permanece com o vírus latente dentro de seus gânglios, bloqueado por seu sistema imune. Quando este indivíduo envelhece ou contrai doenças que causam queda severa de imunidade, o vírus passa a atingir a região próxima a estes gânglios que armazenaram o vírus.
Tratamento
A vacina contra esta doença, Denominada Zostavax®, a vacina é ministrada em dose única. "Aumentando a imunidade celular, reduzindo a incidência, a gravidade e as complicações da doença, que causa dor extrema aos pacientes", explica Rocha.
Podendo também contar com o medicamento Aciclovir®, um produto encontrado em pomada, creme, comprimido e para casos de uso hospitalar na versão injetável.
Segundo o especialista, a doença é conhecida como cobreiro porque o vírus toma o trajeto do nervo, formando um caminho de feridas pelo corpo do paciente. "Por acometer diretamente o gânglio e os nervos associados com este gânglio, o herpes zoster é extremamente doloroso e causa muito sofrimento a milhões de pessoas em todo mundo". Rocha lembra que 95% dos adultos atualmente já contraíram o vírus da varicela.