Dados divulgados nesta segunda, 26, pelo Ministério da Saúde indicam que os casos de tuberculose registrados no país em 2011 caíram 3,54% em relação ao ano anterior - foram notificados, ao todo, 69.245 casos contra 71.790 em 2010.
Já a taxa de incidência da doença no Brasil, de acordo com a pasta, caiu 15,9% na última década. Em 2001, foram registrados 42,8 casos de tuberculose para cada 100 mil habitantes contra 36 casos no ano passado.
Em relação aos óbitos provocados pela doença, houve queda de 23,4% no período de dez anos, segundo o ministério. Em 2001, o país registrou 3,1 mortes para cada 100 mil habitantes contra 2,4 mortes em 2010.
Apesar dos avanços, a tuberculose no Brasil representa a quarta causa de óbitos por doenças infecciosas e a primeira entre pacientes com aids. A recomendação do ministério é que todos os pacientes diagnosticados façam o teste anti-HIV. Entretanto, em 2010, apenas 60% dessas pessoas foram testadas.
De acordo com a pasta, em 2011, foram investidos US$ 74 milhões no enfrentamento à doença, contra US$ 5,2 milhões em 2002.
Tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro, é o principal sintoma da tuberculose. Ao apresentar esse quadro, qualquer pessoa deve procurar uma unidade de saúde. Caso o diagnóstico seja confirmado, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, para que a cadeia de transmissão seja interrompida.
O tratamento deve ser feito durante seis meses, sem interrupção, e é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Os mais suscetíveis
Pessoas que vivem em condições desfavoráveis de moradia e alimentação e pessoas com o sistema imunológico deficiente que têm dificuldade de acesso aos serviços de saúde são as principais vítimas da tuberculose no País, alerta o Ministério da Saúde.
Os seguintes grupos foram definidos como prioritários no enfrentamento à tuberculose: moradores de rua, populações carcerárias, indígenas e pessoas que vivem com HIV/aids.
O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, ressaltou que a incidência da tuberculose entre indígenas é quatro vezes maior que no restante da população. Já entre a população privada de liberdade, a incidência chega a ser 27 vezes maior. Pessoas com HIV/aids têm 30 vezes mais chance de contrair a tuberculose, enquanto o risco, entre moradores de rua, é 67 vezes maior em razão do alcoolismo e do uso de drogas.
Em 2010, entre os novos casos de tuberculose notificados em todo o país, cerca de 10% eram de pessoas soropositivas. A Região Sul, segundo o ministério, foi a que apresentou o maior percentual de pessoas diagnosticadas com tuberculose e HIV (18,6%) - índice quase duas vezes superior à média nacional.