Quando o assunto é câncer infantojuvenil, informação e diagnóstico precoces são as armas mais poderosas para chegar à cura.
No Brasil, o câncer já é a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos (8% do total). O progresso no tratamento desse público, nas últimas quatro décadas, foi muito significativo, segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer).
Entre os tumores mais frequentes na infância e na adolescência estão as leucemias (que afetam os glóbulos brancos) e os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático). Também acometem crianças e adolescentes com frequência o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
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O maior problema do diagnóstico precoce por profissionais de saúde, nesses casos, é a semelhança dos primeiros sintomas com os de doenças comuns na infância, de acordo com o diretor do Hospital de Amor Infantojuvenil, em Barretos (SP), Luiz Fernando Lopes, referência no tratamento de câncer no país.
O médico aponta que sinais como caroços no pescoço, axila e virilha, gânglios que não somem, dores nas pernas que não passam e atrapalham as atividades das crianças, manchas arroxeadas e pintinhas vermelhas na pele, além de vômitos, dores de cabeça e perda de equilíbrio frequentes devem ser investigados.
Situações como aumento no tamanho da barriga e brilho branco em um ou dois olhos quando as crianças são fotografadas com flash também podem ser um alerta para alguns tipo de câncer infantil.
Em Barretos, Lopes teve a prova de que informação pode fazer toda a diferença. Lá, desde 2012, no mês de novembro, é realizada a Caminhada Passos que Salvam. Uma das importantes ações da campanha é a chance de que municípios participantes enviem um médico para realizar uma capacitação no Hospital de Amor. Esses profissionais passam a reconhecer os tumores precocemente e ficam em contato direto com os profissionais do hospital, permitindo que as crianças e adolescentes cheguem o quanto antes para tratamento, aumentando suas chances de cura.
Com essa ação conseguiram reduzir em 20% o diagnóstico tardio.