O governo do Estado vacinou 200 mil paranaenses contra a dengue durante a campanha entre 13 de agosto e 24 de setembro. O relatório final de vacinação, divulgado nesta sexta-feira (14), registra que foi alcançado 50% da meta estabelecida na aplicação da primeira dose – algo estimado em 400 mil doses.
Dos 30 municípios contemplados, quatro conseguiram vacinar pelo menos 80% do público-alvo (Munhoz de Mello, Boa Vista da Aparecida, São Jorge do Ivaí e Cruzeiro do Sul). Além disso, outras dez cidades atingiram boas coberturas vacinais, com índices superiores a 60%. Entre elas estão Paranaguá e Assaí, cuja campanha imunizou crianças, jovens e adultos com idade entre 9 e 44 anos. Nessas cidades, pelo menos 60 mil pessoas foram vacinadas.
"Consideramos o resultado satisfatório, principalmente por termos aplicado a primeira dose em meses onde não há circulação de dengue, o que dá à população a impressão de não haver riscos de contaminação", explica o secretário estadual da Saúde em exercício, Sezifredo Paz. Ele destaca que durante a segunda fase da campanha, que será realizada entre fevereiro e março nos 30 municípios prioritários, também será possível aplicar a primeira dose em quem não se vacinou.
"É mais uma oportunidade para que as pessoas contempladas com a vacina sejam imunizadas nos municípios onde são registrados mais casos de dengue. O objetivo é reduzir a circulação viral e proteger indiretamente toda população", ressalta Sezifredo.
"Com a adoção da vacina, estamos transformando a dengue em uma doença imunoprevenível. Antes, ela sequer tinha tratamento específico. Ao vacinar nos municípios que registram mais casos e mortes por dengue, estamos protegendo indiretamente toda população", ressalta Sezifredo.
As pessoas que foram imunizadas na primeira etapa da campanha deverão voltar aos postos de vacinação para a segunda dose em fevereiro/março de 2017 e a terceira dose será aplicada em setembro, em datas a serem confirmadas.
Sezifredo diz que o sucesso da vacinação em alguns municípios se deve à adoção de estratégias diferenciadas para busca ativa do público alvo.
"Nossas equipes estaduais se uniram aos profissionais dos municípios para imunizar o maior número de pessoas. O público jovem, principalmente entre 15 e 27 anos, não tem o hábito de frequentar unidades de saúde, por isso foi necessário adotar outras estratégias para atingi-los, como a oferta da vacina em escolas, universidades, igrejas e shoppings, por exemplo. Nas próximas etapas, vamos priorizar essa abordagem", disse.
ELIMINAR CRIADOUROS
Apesar de oferecer a vacina como uma nova ferramenta para o combate à dengue, a secretaria estadual da Saúde ressalta que a população deve continuar eliminando os possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e também de outras doenças sérias como zika e chikungunya.
"O hábito de vistoriar as casas, quintais e seu ambiente de trabalho em busca de recipientes que acumulam água, deve ser permanente. Somente assim evitaremos a infestação do mosquito transmissor e manteremos nosso estado livre dessas doenças", diz a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte.
BOLETIM
No boletim epidemiológico divulgado nesta semana foram confirmados 90 casos de dengue no Paraná desde agosto deste ano, dos quais 78 são casos autóctones, em que a pessoa adquiriu a doença no município de residência. Os municípios com maior número de casos confirmados são Londrina (19), Cambé (10), Maringá (9), Jataizinho (8), Cascavel (5) e Marialva (4).