No último sábado (1º), a Secretaria Municipal de Saúde de Londrina (SMS) encerrou a Campanha de Vacinação contra a Poliomielite, com 54,3% das crianças com idades entre 1 a 4 anos vacinadas. Isso significa que, em Londrina, 15.070 crianças receberam a vacina contra a paralisia infantil. A intenção era imunizar 95% do público prioritário, que soma menos de 28 mil crianças. Os dados foram divulgados na manhã desta segunda-feira (3) pela SMS.
Assim como mostravam os balanços preliminares, a campanha nacional encerrou com baixa procura em todo o país, apesar de os municípios terem aplicado esforços para chamar os pais e responsáveis pelas crianças. O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, frisou que os municípios se esforçaram, lançaram estratégias, descentralizaram a vacina e deram várias alternativas, mas a falta de conscientização é o grande dificultador para melhorar a cobertura vacinal.
“As crianças nessa faixa etária não vão a uma Unidade Básica de Saúde sozinhas e não têm essa condição de decidir por si. Elas precisavam que os pais e responsáveis tivessem a conscientização para protegê-las da forma adequada. Mas, com a cobertura vacinal nessa porcentagem, temos um risco muito grande da reinserção da doença; muitos especialistas têm apontado isso de forma reiterada, mas ainda assim permaneceu a dificuldade de entendimento de algumas pessoas”, explicou Machado.
As crianças que mais receberam as gotinhas foram aquelas com três anos de idade: 55,53% tomaram a vacina, o que representa 3.971 crianças. Em seguida, ficaram aquelas com quatro anos de idade, com 54,29% recebendo o imunizante (3.844). Entre as crianças de dois anos, 53,9% tomaram a dose (3.831) e, entre aquelas com um ano de idade, o percentual ficou em 53,33% (3.424).
As últimas ações organizadas pelo Município de Londrina para a Campanha Nacional foram no sábado (1º), com a vacinação no Calçadão de Londrina e em frente ao circo instalado no estacionamento do Londrina Norte Shopping, depois uma somatória de esforços realizados junto à Secretaria Municipal de Educação, como a vacinação nas unidades da rede municipal de ensino, nos shopping centers e sem a necessidade de agendamento prévio.
Com isso, ao todo, 333 crianças de 1 a 4 anos receberam as gotinhas no fim de semana. Somente no calçadão, os três profissionais de saúde conseguiram vacinar 131 crianças, sendo 35 delas com dois anos de idade; 34 com 3 anos; 33 com quatro anos e 29 com um ano. Já no circo foram imunizadas 202 crianças. Dentre elas, 56 tinham 4 anos de idade; 54 três anos; 50 dois anos e 42 crianças tinham 1 ano. Somando ambos locais, os profissionais tinham capacidade para vacinar até 2 mil pequenos.
Durante toda a campanha, que começou no dia 8 de agosto, a intenção da Secretaria de Saúde foi chamar a atenção dos pais para a importância da Vacina Oral Poliomielite (VOP), que protege contra a paralisia infantil. Isso porque, as gotinhas são a única forma de prevenção da poliomielite existente no mundo. Essa doença é considerada erradicada no Brasil, desde 1994, mas, conforme explicou o secretário Felippe Machado, há o risco de retorno devido à baixa cobertura vacinal.
A partir de agora, como a campanha nacional não foi prorrogada, as crianças não receberão mais a dose de reforço contra a Poliomielite. Por isso, a orientação do Ministério da Saúde (MS) é que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) apliquem somente a dose contra a paralisia prevista no calendário básico de vacinação. Para isso os pais devem procurar a UBS mais próxima de sua residência. A lista completa com os endereços e telefones de contato das UBS está disponível no site da Prefeitura de Londrina.
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, a paralisia infantil é uma doença infectocontagiosa, de fácil e rápida transmissão, causada por um vírus que vive no intestino, chamado Poliovírus. Ela pode infectar crianças e adultos, por meio do contato direto com fezes ou pelas secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares, onde os membros inferiores são os mais atingidos. Ainda não existe tratamento específico para a enfermidade, sendo que todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas para tratar os sintomas.