O governo de São Paulo e o Instituto Butantan entregaram um novo lote de um milhão de doses da Coronavac ao Ministério da Saúde na manhã desta quarta-feira (16), chegando assim a um total de 50,012 milhões de doses destinadas à campanha de vacinação nacional contra a Covid-19.
O quantitativo equivale à metade do total de 100 milhões de doses que faz parte do acordo do instituto com a pasta. A previsão é de completar os 100 milhões até o final de setembro, mas as próximas entregas dependem da chegada de mais IFA (ingrediente farmacêutico ativo).
As doses serão encaminhadas ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), para serem distribuídas proporcionalmente aos estados.
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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acompanhou a entrega ao lado do secretário estadual da saúde, Jean Gorinchteyn, Regiane de Paula, coordenadora do Programa Estadual de Imunizações (PEI), e Dimas Covas Tadeu, diretor do Instituto Butantan em uma entrevista para jornalistas na manhã desta quarta.
A entrega é a terceira realizada em menos de uma semana. Na sexta-feira (18), um novo lote deve ser entregue, com 2,2 milhões de doses.
Assim, até o final desta semana o instituto chega ao total de doses produzidas com a última remessa de IFA, entregue no dia 25 de maio, equivalente a 5 milhões.
Agora, as próximas entregas do instituto devem enfrentar novamente desafios na produção. Isso porque a produção da Coronavac ficou paralisada por quinze dias após problemas no envio de lotes da matéria-prima pelo governo chinês.
À época, Doria atribuiu os atrasos às falas do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), sobre o governo chinês, o que levaram a uma crise diplomática entre o Brasil e a China, segundo o governador.
Doria afirmou que na próxima semana é esperada a chegada de um novo lote de 6.000 litros de IFA. Segundo Dimas Covas, a entrega estava prevista para a data limite do dia 28 de junho, mas deve ser antecipada.
A escassez de vacinas fez com que a vacinação com a Coronavac ficasse travada em diversos estados e, em pelo menos 12 capitais no país ficaram sem o imunizante para segunda dose no final de abril. De acordo com a coordenadora do programa Regiane de Paula, as doses da Coronavac no estado de SP devem ser destinadas à vacinação de gestantes e puérperas e para a aplicação da segunda dose nas pessoas que ainda não receberam a dose reforço.
Porém, o estado tem enfrentado problemas para manter a vacinação mesmo dos grupos já incluídos. No último domingo (13), o governo paulista antecipou em um mês o calendário de vacinação de toda a população adulta no estado. Nesta quarta-feira (16), São Paulo já inicia a vacinação de pessoas com 50 anos ou mais, embora o cronograma dos municípios esteja sujeito a mudanças.
A antecipação da data de início dos novos grupos foi criticada pela coordenadora do programa. "A campanha de fato começa hoje de 50 a 59 anos. O que acontece é que temos 25 municípios que estão vacinando fora dessa faixa etária, estão vacinando pessoas com 40 anos, e que começaram antes. Nós não enviamos essa grade e solicitamos aos municípios que mantenham aquilo que foi acordado pelo PEI", disse Paula.
Na capital paulista, a prefeitura decidiu escalonar a vacinação por datas. O calendário prevê a imunização a partir desta quarta de pessoas com 56 e 57 anos, na próxima quinta (17) 54 e 55 anos, na sexta (18) é a vez de 52 e 53 anos e, por fim, a partir da próxima segunda (21) e terça-feira (22), 50 e 51 anos.
Segundo Paula, o escalonamento é uma forma de evitar filas, mas o plano estadual foi programado para ter doses para todos na faixa etária de 50 a 59 anos que desejem se vacinar em todo o estado de SP a partir desta quarta.
Na última terça-feira (15), Bolsonaro disse que se o projeto do "passaporte da vacina" fosse aprovado na câmara, ele vetaria. Doria disse que o governo de São Paulo defende a certificação de vacinação. "Os estrangeiros que chegarem ao Brasil deverão apresentar a certificação de que estão devidamente vacinados. Assim acontece na comunidade da União Europeia, na maioria dos países asiáticos, nos EUA, no Canadá e em muitos países aqui da América Latina", disse.
O governador afirmou ainda que em relação ao "passaporte da vacina" especificamente é preciso ainda aguardar para avaliar o projeto, mas que exigir um documento comprovando a vacinação é uma medida sanitária e correta.