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Brasil ultrapassa EUA na média móvel de mortes por Covid-19

Rafael Balago e Rafaela Smith - Folhapress
17 mar 2021 às 07:35

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- Pixabay
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Os EUA começaram 2021 com uma piora nas infecções e mortes pela Covid-19. Nessa época, o Brasil também vivia um momento ruim, mas com números menores. Cerca de dois meses depois, a situação se inverteu.


Os EUA registram menos de metade das mortes diárias que tinham em janeiro, enquanto o Brasil está perto de triplicar o total de óbitos. Em meados de janeiro, os EUA atingiram seu pior momento da crise. A média semanal de mortes por Covid-19 chegou a 3.422 por dia. No entanto, depois disso, a cifra de óbitos entrou em queda praticamente constante, tendência que segue até hoje.

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Já o Brasil começou o ano na faixa de 700 mortes diárias. Esse índice superou a marca de 1.000 óbitos na segunda semana de janeiro e se manteve estável até o começo de março, quando voltou a subir com força rumo aos 1.800 óbitos diários, ultrapassando os EUA, que hoje registram média de 1.300 mortes diárias.

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Os Estados Unidos são o país com mais mortes desde o começo da crise, há um ano: 536 mil, contra 279 mil do Brasil, que ocupa o segundo lugar. Em janeiro, os EUA tiveram uma troca de presidente: saiu Donald Trump, que minimizava a pandemia e desestimulou medidas com eficácia comprovada, como o uso de máscaras, para dar lugar a Joe Biden. Desde então, o democrata vem cumprindo as promessas de ouvir especialistas, impor distanciamento social e estimular a adoção das proteções faciais.

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Além disso, os EUA aceleraram a campanha de vacinação. Trump, apesar do negacionismo, mas mirando as eleições de 2020, levou o governo americano a acelerar o desenvolvimento de imunizantes.


Biden colocou como meta tornar mais rápida a aplicação das doses e prometeu vacinar 100 milhões de americanos nos cem primeiros dias de governo. Com uma média de 2 milhões de aplicações por dia, o líder democrata deve atingir a meta antes de completar 60 dias no cargo.

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Apesar da troca de governo, Antonhy Fauci, considerado o principal infectologista dos EUA, seguiu na força-tarefa de combate à Covid da Casa Branca e ganhou mais autonomia. No dia seguinte à posse de Biden, ele não escondeu a alegria de não ter mais de desmentir as falas de Trump. "O lado bom desta gestão é que se você não sabe a resposta, você não tenta adivinhar. Você só diz que não sabe", comentou.


Em janeiro, o Brasil testemunhou cenas de colapso hospitalar em Manaus, com pacientes morrendo por falta de oxigênio. No mesmo mês, o país começou a campanha de vacinação, marcada pela briga entre o governo de São Paulo e a gestão Bolsonaro e pela falta de doses. Em dois meses, a vacinação atingiu cerca de 6% dos brasileiros, e a chegada de lotes para os próximos meses não tem cronograma preciso.

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Hoje, o Brasil vive seu pior momento da pandemia e vê estados e cidades anunciarem lockdowns e mais restrições para tentar reduzir o contágio. Houve uma nova troca no Ministério da Saúde -a terceira desde o começo da crise-, mas a expectativa é a de que pouco mude na estratégia federal de combate à doença.


O governo de Jair Bolsonaro mantém a postura contrária a medidas de restrição para conter o avanço da doença. Com a disparada de mortes e a falta de perspectivas de melhora na economia, o presidente e seus aliados começaram a apoiar a vacinação.

Nos EUA, o clima é de mais otimismo. Biden espera liberar a imunização para todos os adultos a partir de maio e diz que há chances de que, no feriado de 4 de julho, os americanos possam se reunir, em pequenos grupos, para celebrar o Dia da Independência.


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