O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que há dois casos da variante deltacron no Brasil, sendo um no Amapá e outro no Pará. Essa variante é uma recombinação das variantes delta e ômicron da Covid.
"O nosso serviço de vigilância genômica já identificou dois casos no Brasil: um no Amapá e outro no Pará. E nós monitoramos todos esses casos. Isso é fruto do fortalecimento da capacidade de vigilância genômica no Brasil", disse a jornalistas nesta terça-feira (15).
Queiroga disse que as medidas contra essa nova variante continuam as mesmas. "Essa variante é uma variante de importância e requer monitoramento [...] se eu tivesse que indicar uma medida, seria a aplicação da dose de reforço", ressaltou.
O vírus recombinante vem circulando desde janeiro em diversas regiões da França e há detecções de genomas semelhantes na Dinamarca e nos Países Baixos. Tal evento não é, pelo menos até o momento, motivo de preocupação.
Em uma postagem no Twitter, no dia 8 de março, Maria Van Kerkhove, epidemiologista e líder técnica da OMS (Organização Mundial da Saúde) para Covid-19, afirmou que esse tipo de recombinação é esperado com a intensa circulação das variantes ômicron e delta e que a equipe da OMS está acompanhando e discutindo o assunto.
No fim de fevereiro, o tema já tinha sido discutido por especialistas em uma sessão de perguntas e respostas da OMS. Na ocasião, Kerkhove tranquilizou as pessoas quanto aos eventos de recombinação e explicou que esse processo é basicamente uma junção de "pedaços" de uma variante com "pedaços" de outra.
"Não quero assustar as pessoas com a ideia de recombinação", afirmou Kerkhove, em 22 de fevereiro. "Talvez comecemos a ver recombinações. Isso pode acontecer, mas pode ser um reflexo de uma melhor vigilância."