O Brasil continua batendo recordes. Na última quinta-feira (18), o país registrou 2.639 mortes, o terceiro maior valor da pandemia, e, pelo 20º dia consecutivo, bateu o recorde de média móvel de óbitos, que chegou a 2.093 mortes por dia.
O novo dia de recorde ocorre mesmo com a ausência de dados de Covid do Rio Grande do Norte. Segundo nota da secretaria de estado da saúde, problemas no sistema impediram a atualização.
O recorde anterior da média móvel era de 2.031 mortes por dia. A média é recurso estatístico que facilita a visualização da evolução do quadro da pandemia, considerando que ela acaba por atenuar variações entre os dias (como costumam ocorrer nos finais de semana e feriados). A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.
Além do recorde, nesta quinta, o país completa 57 dias seguidos com média móvel de mortes acima de 1.000.
A grave situação do país também fica clara na comparação com dados do resto do mundo. Segundo dados do monitoramento da Universidade Johns Hopkins, foram registradas, na quarta, 9.992 mortes no mundo. Isso significa que o Brasil, com pouco mais de 2% da população mundial, foi responsável por 27% das mortes por Covid do planeta na quarta.
A média móvel de mortes aponta o Brasil como responsável por cerca de 23% dos óbitos mundiais por Covid na quarta. O país teve média de 2.031 no dia e o mundo, 8624, segundo dados da Johns Hopkins.
O quadro da média móvel brasileira por 100 mil habitantes também contrasta com as situações das nações com mais mortes por Covid: Estados Unidos, México, Índia e Reino Unido.
Os dados do país, coletados até as 20h, são fruto de colaboração entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diariamente com as secretarias de Saúde estaduais.
A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.