Na útima terça-feira, o Brasil registrou 1.726 mortes por Covid-19, o maior número diário de vidas perdidas de toda a pandemia. O país também registrou, pelo quarto dia consecutivo, a maior média móvel de óbitos pela doença, 1.274. A média de mortes já está há 41 dias acima de 1.000.
A média móvel é recurso estatístico que busca dar uma visão melhor da evolução da doença ao atenuar números isolados que fujam do padrão. Ela é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.
O recorde anterior da média era de 1.223. Já o recorde anterior de mortes em 24 horas pertencia ao dia 25 de fevereiro 2021, com 1.582 mortes.
Os dados elevados podem, em parte, ser explicados por atrasos de notificação relativos a domingo e segunda. De toda forma, a última segunda-feira teve o 2º maior número de mortes de uma segunda durante toda a pandemia.
Além disso, o Brasil enfrenta o pior momento da pandemia, com situações críticas em praticamente todas as regiões do país. O cenário começou a piorar de forma contínua logo após as festas de fim de ano, momento que especialistas já alertavam que poderia provocar uma situação grave em 2021.
O país ainda tem a circulação de variantes potencialmente com maior potencial de infecção, como a identificada em Manaus, nomeada P.1.
Nesta terça, com 468 mortes, o estado de São Paulo também registrou recorde diário de mortes de toda a pandemia.
Os dados do país, coletados até às 20h, são fruto de colaboração entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são coletadas diretamente com as Secretarias de Saúde estaduais.
A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorre em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.