Depois uma campanha foi divulgada, várias pessoas acompanham o caso da bebê Sofia Gonçalves de Lacerda, de seis meses, que sofre com a Síndrome de Berdon. Após vários exames, a menina vai precisar fazer o transplante de seis órgãos do sistema digestório. De acordo com o médico brasileiro Rodrigo Vianna, que fará o procedimento, trata-se da maior cirurgia possível de ser feita em um ser humano, mas apesar disso, o especialista está otimista.
O doutor, que é diretor de transplantes do Jackson Memorial Hospital, referência mundial nesse tipo de transplante, afirma que todos os órgãos do sistema digestório de Sofia serão trocados. Havia a expectativa anterior de que apenas três deles fossem transplantados.
O especialista que já atuou em mais de 250 procedimentos do tipo, diz que o transplante multivisceral é a maior cirurgia que se pode fazer em um ser humano. "No caso da Sofia, será necessário transplantar estômago, duodeno, pâncreas, intestino delgado e possivelmente intestino grosso, além do fígado".
Devido à grandeza do procedimento, pouquíssimos hospitais no mundo dominam a técnica, pois é um procedimento extremamente caro e requer grande estrutura.
Exames
Sofia chegou aos Estados Unidos na quarta-feira (2). Logo que chegou no país, passou por uma bateria de exames. Segundo Vianna, ainda não é possível fazer uma análise dos resultados. Ele afirmou que não sabe se os exames estão dentro do esperado, pois são avaliações bastante complexas.
O brasileiro ainda conta que não há previsão sobre quando o procedimento será realizado, já que é necessário esperar por um doador compatível com Sofia. A expectativa é que a família fique por pelo menos dois anos nos Estados Unidos.
O caso
A menina nasceu com uma doença chamada Síndrome de Berdon, que provoca problemas no intestino, na bexiga e no estômago. Devido as complicações, ela não pode ingerir alimentos e nem mesmo saliva, além de não utilizar o sistema excretor. Por conta disso, a alimentação é feita de forma intravenosa.
Desde que nasceu, ela já passou por três cirurgias para amenizar o problema, mas a cura só é possível com o procedimento realizado nos Estados Unidos. A única chance de sobrevivência é com o transplante.
O procedimento, que será feito no Jackson Memorial Medical de Miami, custa R$ 2,4 milhões. Após ser obrigada pela Justiça, a União irá pagar o tratamento e qualquer gasto extra que surgir. O dinheiro já foi depositado na conta do hospital. (Com informações UOL)