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Bebe pouca água? Cuidado, você pode ter cálculos renais!

26 jul 2016 às 12:14

Os números são quase o de uma epidemia: o cálculo renal - popularmente conhecido como "pedra nos rins", é bastante frequente na população mundial. A cada 100 homens, 20 terão o problema. Nas mulheres, a incidência cai para 10 casos a cada 100, conta o urologista do Hospital São Vicente, André Matos. E um dos principais motivos do problema, que pode ocasionar cólicas bastante dolorosas, é simples: pouca ingestão de água.

A falta de líquido no organismo dificulta o trabalho dos rins, já que o órgão é considerado o "filtro" do nosso corpo. "Todo o sangue passa por ele, que tira as impurezas e transforma essa sujeira em urina", explica o médico. No rim, há uma região que filtra o sangue, e outra onde a urina é depositada. "O que acontece é que falta líquido para diluir esses sais que todos nós temos na urina. Quando a pessoa toma mais líquido, a urina não é tão concentrada, e os cristais não se acumulam. Já quando as pessoas bebem pouca água, eventualmente, esses cristais se acumulam, e os cálculos se formam", exemplifica.


Os cálculos, cuja textura, segundo o urologista, é a mesma de pedras de calçamento, podem ficar no corpo da pessoa sem que ela perceba. O problema é quando acontece o deslocamento desse cálculo, e o corpo quer eliminá-lo: a crise de cólica é gerada porque a espessura do cristal não passa pelo ureter (um canal de, aproximadamente, três milímetros). Menos comum, a pedra também pode se formar na bexiga, geralmente em homens com problemas de crescimento da próstata. "A urina fica represada e os cristais podem surgir na bexiga", esclarece o médico.


Dor e tratamento


A dor intensa da crise renal acontece em um dos rins, e muitas vezes é acompanhada por náuseas e vômito. A dor surge pela tentativa do corpo em expelir os cristais. "Há tratamentos que quebram esses cálculos em pedaços menores, para que elas se dissolvam e saiam na urina", explica.


Um dos protocolos é com um aparelho que "joga" ondas de choque no rim afetado - para que ocorra essa quebra e eliminação. "O objetivo é que elas passem pelo ureter", diz. Para casos mais complexos, existe a possibilidade de procedimentos cirúrgicos feitos por laser e endoscopia.


Até passar por crise de dor, habitualmente o paciente não apresenta sintomas, por isso, o Dr. André Matos, recomenda que pessoas que têm casos da doença na família procurem um urologista regularmente, para realização de exames. O mesmo vale para quem já passou por uma crise. "Existe uma chance muito grande de recorrência. Em cinco anos, 50% das pessoas que tiveram o problema terão novamente", alerta.


Prevenção e hábitos saudáveis


Além da pouca ingestão de água - o médico recomenda de dois a três litros de líquidos por dia, outra causa para a doença é a má alimentação, com excesso de sal e de proteína animal (como a carne vermelha) – hábitos que desencadeiam a cristalização. "Deve-se priorizar uma dieta balanceada, controlem o sal e o peso, fugindo da obesidade, que pode dar mais chance de desencadear a doença. Faça uma atividade física regular, que fará bem para todo o corpo", frisa.

O urologista ressalta que na ingestão de líquidos, refrigerantes e sucos industrializados não contam, já que bebidas com muito açúcar não hidratam o corpo, tampouco contribuem para o trabalho dos rins. Também é indicado evitar bebidas alcoólicas e cuidar com quadros de desidratação.


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