Grande parte das mulheres têm desejo de serem mães, mas tem também se questionam muito sobre o momento correto, para que possam estabilizar a carreira e a vida emocional, antes da chegada de uma nova vida. A vontade de ter uma situação estável antes de engravidar, ou encontrar um companheiro para esta gestação acaba adiando os planos.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) faz monitoramento da quantidade de embriões congelados, mas não existe um cálculo separado com o número exato de mulheres que tem optado pelo congelamento de óvulos para aumentar a "janela de oportunidades", o que significa ganhar um tempo sem prejuízos genéticos. Segundo o SisEmbrio (Sistema Nacional de Produção de Embriões), no ano de 2017, último levantamento feito, foram 75.557 embriões congelados no Brasil, um aumento de 13% em relação ao ano de 2016, quando 66.597 embriões foram congelados.
O SisEmbrio tem o objetivo de conhecer o número de embriões humanos produzidos pelas técnicas de fertilização in vitro criopreservados (congelados) nos BCTGs (Bancos de Células e Tecidos Germinativos), mais conhecidos como clínicas de Reprodução Humana Assistida.
O Paraná tem 14 serviços de reprodução assistida, sendo que em 2018 teve 2631 embriões congelados, o que representa de 3,4% do Brasil. Sendo que 24 foram doados para pesquisas com células tronco, o que representa 20% de toda a doação do país, 78% estão no Rio Grande do Sul, e 2% em São Paulo. Desde a aprovação da Lei nº 11.105/2005, foram doados 1.363 embriões para a realização de pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil.
Considerando a quantidade de embriões produzidos em laboratório dentro de um ciclo de fertilização, no Paraná foram 17.679. Os embriões são aqueles que foram transferidos ao útero da paciente por meio de procedimentos médicos apropriados, neste caso foram 4613. Os embriões que tiveram problemas em seu desenvolvimento e se tornaram inviáveis entram na contagem de embriões descartados, um total de 3081.
Melhor Idade
O especialista em reprodução assistida, o médico ginecologista, do Centro de Fertilidade Saab, João Guilherme Grassi recomenda, à mulher que pretende adiar a gravidez, que congele seus óvulos o mais cedo possível, enquanto eles são mais novos e possuem mais qualidade. Com o aumento da idade, as chances também vão sendo menores. Depois de congelados podem ser usados até os 50 anos, dependendo da saúde da paciente.
"A maior procura é na faixa dos 37, 38 anos, mas lembrando sempre que o ideal mesmo é congelar os óvulos antes dos 30 anos. De uma maneira popular é como fazer um seguro de carro, a pessoa faz, mas o melhor é não precisar usar. É uma garantia de que poderá engravidar, mesmo não tendo um casamento ou a idade ideal, porque muitas mulheres tomam essa decisão depois dos 40. As tecnologias modernas ajudam a ampliar o prazo, já que com o tempo a reserva ovariana vai reduzindo", explica Grassi.