A prefeitura de Curitiba informou que em uma primeira auditoria realizada na segunda-feira (18) no Hospital São Vicente foi constatada falha no atendimento de urgência e emergência do local. A auditoria foi iniciada pelo poder público da Capital após a suspeita de atendimento ao ex-prefeito Saul Raiz, baleado em tentativa de assalto no sábado (16).
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, apesar de o São Vicente não ser um hospital de "porta aberta", ou seja, que recebe gratuitamente casos em Ponto Socorro e atendimento eletivo, o centro médico possui convênio com a prefeitura de Curitiba por ser referência em casos de urgência e emergência para receber pacientes no pronto-atendimento do local.
Por meio da assessoria de imprensa, o Hospital São Vicente confirmou a presença do auditor, que teria recebido os esclarecimentos necessários. Em nota, o hospital disse que instaurou sindicância interna, nomeando Comissão Processante composta por cinco membros do hospital, e determinou o afastamento do médico que estava de plantão no dia em que Saul Raiz esteve no local.
"O Hospital São Vicente decidiu encaminhar ofício ao Procurador-Geral do Estado, ao Presidente do Conselho Regional de Medicina e ao Secretário Municipal de Saúde para, querendo, designarem representantes como observadores dos trabalhos da Comissão Sindicante", diz a nota.
Além da prefeitura de Curitiba, o Hospital São Vicente também é investigado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR), que aguarda que o ex-prefeito receba alta para ser ouvido pela promotoria que analisa o caso.
Baleado - o ex-prefeito Saul Raiz, 83 anos, foi vítima de três disparos de arma de fogo efetuados no final da tarde de sábado. Segundo a Polícia Civil, ele saia de uma obra da qual a empresa dele é responsável e foi abordado por assaltantes. Ao arrancar com o carro do local, os homens atiraram contra ele. Duas balas atingiram as costas de Raiz e uma o braço dele.
Mesmo baleado, o ex-prefeito conseguiu dirigir até o Hospital São Vicente para receber atendimento médico. Porém, no local, de acordo com denúncia do deputado Ney Leprevost (PSD), o médico de plantão teria recusado atender a vítima, que foi conduzida de carro por um manobrista do hospital para o Hospital Evangélico.
Ele permaneceu na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Evangélico por um dia. Na tarde de segunda, os familiares decidiram transferir o ex-prefeito para outro hospital, que não teve o nome divulgado.